R A G
HINO ABORTADO
Um som retumbante e insistente,
Soando com toda a força vivente,
De um coração impávido formado,
Mostrando a coragem de um ser questionado.
Alaridos envolvem meu ser,
Dizendo: ' — ele tem que morrer!'
Mas por que se morrer é resolvido?
Você entendeu que eu não sou o seu inimigo?
Sou um gigante pela própria natureza,
Sou o filho da batalha tenha certeza,
Ainda que a flâmula da minha vida venha ser apagado,
Lembre-se do som do meu coração guerreando o guerreado.
Diga que eu não fujo da luta,
Diga que eu fui intrigo na minha conduta,
Diga que eu erguerei a justiça a clava forte,
Diga que eu lutei contra a minha própria morte.
Pois, a minha vida, no teu seio foi cortada,
Oh! Mãe gentil, idolatrada!
És tu a minha chama, minha morada,
Que um dia se perdeu e nunca mais encontrada!
Poderia, Mas preferi.
Poderia ter falado algo quando tive oportunidade,
Mas preferi calar-me.
Poderia ter fugido quando o medo estava vencendo,
Mas preferi coragem.
Poderia ter ganhado o mundo quando todos estavam cegos,
Mas preferi conquista-lo.
Poderia ter sonhado quando era impossível realizar,
Mas preferi realizar o impossível.
Poderia ter te escutado quando todos te davam ouvidos,
Mas preferi ignora-los.
Poderia ter ficado preso quando fecharam as portas,
Mas preferi derruba-las.
Poderia estar livre quando me deram as condições,
Mas preferi ser açoitado do que ir contra o que acredito.
Poderia ter tido tudo quando eu não era nada,
Mas preferi ser nada sabendo de como tudo era feito.
AFETO QUE AFETA
No afeto que se entrelaça,
um laço que o coração afeta,
nas sutilezas que o amor enlaça,
o sentir que a alma inquieta.
Afeto que em cada gesto se revela,
nas tristezas do olhar que afaga,
um toque suave que não se desvela,
na dança nossa que não se apaga.
Meu afeto em ti renova,
em seus braços nada afeta,
nos pensamentos compõe a trova,
nos seus lábios se completa.
E assim, o afeto nos afeta e conduz,
por caminhos de ternura e cuidado,
afetando-nos em um fluxo de luz,
num universo onde somos amados.