Professor Antônio Reis
Curiosamente muitos ortodoxos modernos defendem uma crença considerada heterodoxa pela igreja primitiva. Uma vez salvo, sempre salvo (calvinismo), foi uma das colunas doutrinárias do gnosticismo, considerada uma heresia e amplamente combatida nos primórdios da cristandade.
Examinemos o que dizem alguns heterodoxos. Eles se servem desses textos para quase suprimir o livre-arbítrio, argumentando que há naturezas perdidas, incapazes de salvação, e outras que estão salvas e são incapazes de se perder.
Orígenes (185-253), Tratado sobre os Princípios, 215
Uma boa diferença entre calvinismo e Arminianismo pode ser notada como cada um usava o fogo. Enquanto Wesley colocava fogo no seu sermão, Calvino colocava fogo em quem discordava de sua opinião.
Ser Calvinista é acreditar que um pai latino (Agostinho) no V século, mesmo não conhecendo nada de Grego ou Hebraico, conseguiu entender melhor as Escrituras que aqueles líderes da igreja primitiva que tinham no mínimo o Grego como língua nativa.
Ou seja, ser calvinista exige um nível de "fé" que, nem as Escrituras o fazem.
Calvinista alegando que refutou uma perspectiva teísta clássica é o mesmo que você acreditar que uma heresia consegue refutar a ortodoxia.
Se o pecado é a transgressão da lei (1° João 3.4), praticá-lo seguindo um decreto divino (calvinismo), não é transgressão, mas sim cumpri-lo.
Portanto, não pode ser chamado de pecado. Parece confuso? Isso é o calvinismo, que diz que tudo foi decreto de Deus.
A Graça Preveniente não só restringe o pecado nos homens, mas conduz todos os homens a um ponto salvável. Ele pode, por esta graça, escolher mais graça para a salvação, ou ele pode rejeitar a graça. Assim, a salvação é "pela graça através da fé", e todo o plano é o dom de Deus.
Qualquer graça com objetivo salvífico que age antes da conversão é denominada de Preveniente. No calvinismo ela é irresistível, já no cristianismo é resistível. A graça comum, por exemplo, no calvinismo não é Preveniente, desde que não tem objetivo salvífico.
Lógica calvinista:
Você não tem livre-arbítrio para fazer escolhas morais, mas é moralmente condenável pelas decisões que você não escolhe fazer.