Prof Miguel Hermógenes
“CAMELOS TAMBÉM CHORAM” – Um poema em forma de vídeo.
Queridos amigos: Trago pra este momento um convite de amor e beleza.
Este filme sobre uma comunidade de pastores de ovelhas e camelos, lá na Mongólia, no nos traz uma imagem singular. Mostram-nos um camelo chorando por ser rejeitado e sua mãe. Este belo texto que tento resumir aqui fora enviado por uma amiga: Vera Lúcia Porto Drumond e o texto de Affonso Romano de Sant’Anna “Eu tinha lido que, lá na Índia, elefantes olhando o crepúsculo, às vezes, choram. Mas agora está aí esse filme “Camelos também choram”.
Este vídeo em resumo nos traz uma cena diferenciada, temos um parto de um pequeno camelo branco. O parto é difícil ali no meio do deserto e a mãe “camela” para não dizer camelo. Esta mãe rejeita seu pequeno filhote. O filhote sem conseguir entender tenta, sem conseguir, se aproximar de sua mãe que, depois das dificuldades do parto, o rejeita. O filhote chora e se desespera por desejar ficar perto de sua mãe e conseguir mamar.
Depois de várias tentativas, a família mongol desiste de forçar a mãe “camela” a alimentar o filho. Fazer o quê diante do inusitado momento? Chamar o veterinário? Não, eles chamam o músico. Ele quando chega, se prepara enquanto é observado pelos amigos da família e pelos outros camelos ao redor.
[...] “Todos os camelos percebem uma música reordenando suavemente os sentidos. Erguem a cabeça, aguçam os ouvidos, e esperam. A seguir, o músico retoma seu instrumento e começa a tocá-lo, enquanto a dona da camela afaga o animal e canta. E enquanto cordas e voz soam, a mãe camela começa a acolher o filhote, empurrando-o docemente para suas tetas... E o filhote antes rejeitado e infeliz, vem e mama, mama, mama desesperadamente feliz. E enquanto ele mama e a música continua, a câmera mostra em primeiro plano que lágrimas desbordam umas após outras dos olhos da mãe camela, dando sinais de que a natureza se reencontrou a si mesma, a rejeição foi superada, o afeto reuniu num todo amoroso os apartados elementos. Nós, humanos, na plateia, olhamos aquilo estarrecidos. Maravilhados”.
Depois de assistir ao vídeo fiquei quieto como de costume, o silêncio e seus acrescentamentos, este é um grande valimento, saber fazer silêncio nas horas em que a nossa alma carece de uma oração ao tocar no coração do Universo. Sem medo de ser observado e visto como tolo pelos amigos, fechei meus olhos olhei bem para dentro de meu cerne e em silêncio, chorei, chorei pelo amor e pelas criaturas.
Miguel Hermógenes