Prijivus
Eu morri muitas vezes,
tantas que não sei precisar!
Morri nas noites insones,
no dialeto mais insular.
Morri nas músicas desertas
no chão de terra batida
na mesa de bar desenhada
no céu da boca da vida.
Morri no versos íntimos,
no angustiante scream,
na amazonas do iludir
Nas temeridades do clarim
Morri no medo de agonizar
Morri no desejo de existir!
Devastado,
recolhe-se em orações
a Gaia e a Urano,
questionando o plano
e as ruidosas incursões
que cercam as ilusões
de sagrado e profano!
Não há plano,
o céu rasgado de vertigem
e a noite suportada
por teorias suspensivas
de tudo que ninguém
ouviu dizer, ouviu falar,
ousou ouvir... piada.
A imagem refletida
não reflete a ideia,
nem a vontade de ser
além do não-ser
estático cotidiano
que não revela senão
o perdão a se perder.
A janela borrada
enternece a noite
ressentida e polida.
O temporal ri
enquanto devasta
o sentimento deletério,
inexistente e falido.