Poliana Fonteles
Sabe a minha alma em preto e branco?
Sabe meu olhar cinzento?
Você veio, me olhou com olhar de D´Vinci.
E me coloriu com todas as cores do amor!
"Eu sou jarro de vidro,
Quebro-me quando caio;
Eu sou um cristal sem brilho,
Racho ao som do grito;
Fui abduzida pelo amor;
Inflamada e liquefeita;
De mim fizeram pingente;
Agora corro para encontrar
as peças brutas descartadas."
Prometo me achar,
Não me cansar,
Não propositalmente me ferir,
Não me empurrar,
Prometo me ver de verdade,
Sem medo,
Sem vertigens depreciativas,
Sem auto preconceito,
Prometo respirar toda a verdade que encontrar pelo caminho,
Respirar Amor,
Respirar o colorido da paz,
Respirar a felicidade que as pessoas querem me dar,
Prometo não recusar a mão estendida...
Prometo tentar reagir as investidas do destino.
e ser receptiva aos cuidados do tempo.
Prometo cuidar bem de mim,
Para que eu possa cuidar bem de você.
"Saudade? Menina mal educada e louca, vai entrando sem bater, quebrando portas trancadas, pichando nosso muro da existência... saudade insana, saudade malvada... saudade gulosa, toma toda a nossa alma, nos preenche, nos limita... de tão cheio, transborda pelo olhos... saudade marginal, totalmente perturbada..."
"Vou pintar Amor com gosto de pudim de leite,
Contorná-lo de tinta cereja,
Fazer Amor colorido,
Cobri-lo com calda de menta e roclete ,
Pintar Amor com barulhinho de chuva,
Apreciando teu sorriso de dia de sol"
"Quero te guardar num potinho;
Misturar com jujuba e balinhas de hortelã;
Alimentar-te com pólen de violetas;
Proteger-te da peste dor."
Tom, som, timbre...
Nos encontramos na música
como Água e Sangue se misturando nas veias,
Eu Água
Você sangue.
Me decifra, me traduz...
Sou doce, sou menina, eu regresso...
pequena quando me da colo,
Grande quando me impulsiona
Sou eterna, sou segundos...
O tempo, o momento...
Eles me orientam.
Posso ser céu, posso ser mar...
Posso ser rosa, posso ser espinho...
Não existe em ti olhar de reprimenda.
Quando estou ao seu lado eu posso ser...
Dou as costas para o passado lento, denso, tenso.
Apostos estou, porque o parto das lembranças chega cru, nu, ungüento.
E eu divido em partes que se recusam, gritam, desordenam o verbo.
Com receio de me olhar internamente.
Recuo, cética, cansada, as avessas.
E me recolho ao alento, oco, fosco.
Posso voltar, posso acreditar, mas escolho fugir.