Poliana Coura Carvalho
O acontecimento.
A vida da sua maneira colocou perante mim.
Uma linda mulher;
Conheci Ana pelo meu irmão.
Eu a fitava com desejo;
Entre uma taça e outra de vinho Ana me disse.
Nunca me envolvi com uma mulher.
Os olhos dela retratavam fulga ele fitava minha boca,olhava em meus olhos fixamente.
Ela mulher esperta,cabelos claros,olhos castanhos escuros,logo entendeu minha aproximação.
Sentia algo atrativo por Ana,pois além da boa comunicação,havia uma simplicidade no seu olhar.
Ana era uma mulher discreta e interresante a ponto de me confundir.
Convidei Ana para jantar ela não recusou.
Fomos a um restaurante conversamos sobre a vida;
Uma forte chuva caia lá fora,Ana então me convidou para ir em sua casa.
Aceitei sem questionar,a chuva,a hora...
Chegando em sua casa Ana acendeu as luzes da sala me deixando completamente a vontade.
Ana se sentou ao meu lado,fitou minha boca,suas mãos entrelaçou minhas mãos.
O frio na barriga e o barulho da chuva servia como o cénario perfeito de amor.
Ana colocou sua mão sobre minha face,e apertava minhas mãos de forma singela.
Eu soltei minhas mãos, da mão dela;
Como se tivesse tirado as algemas.
Ela se entregava;
Minha mão passeava por cada centÍmetro do corpo dela.
Ela se deliciava em minhas carícias,nossa face juntas próxima.
Ela me negava o beijo,mas aceitava minhas mãos.
Ana deu seu primeiro suspiro,um gemido de alívio,aproximei lentamente a minha boca na boca de Ana.
Soltei minhas mãos que estava entre as coxas.
Levei minha mão aos cabelos de Ana,ela estremecia,então com um aperto suave na nuca,trouxe Ana lentamente aos meu lábios.
Onde nos encontramos,boca a boca.
Cara a cara.
Desejo a desejo.
Onde nós entregamos ao Amor.
Devorei,amei,me apaixonei,me deliciei.
Hoje eu e Ana rolamos todos os dias na mesma cama.
Sete vezes por semana.
Eu sou sua dama e ela minha mucama.
Ela é minha escrava
Ela incrava as unhas nas minhas costas;
Onde me faz mulher.
De mulher para mulher.
Ela me alucina.
Me fascina.
Eu não sou quem eu queria ser.
Não vivi os amores que a vida me deu.
Me afundei em meu eu.
Sofri desabores ao me ver assim.
Incompleta,de mim.
Não me formei na profissão que meus pais escolheram para mim.
Nunca fui amada até o fim.
Nunca tive um filho.
Nunca casei,não andei de bicicleta e nem muito menos escrevi um livro.
Já me apaixonei por pessoas que nunca me notaram.
E já me amei quem nunca me amou.
Mas a vida me provou.
Que muitos me desejaram.
Mero desejo, que não me supri em nada.
Desejo me deixa degolada,ensanguentada eu preciso é de amor.
Chorei muitas vezes somente para sentir um carinho do rosto.
Eu não uso disfarçe.
Esta é minha vida,este é meu fardo.
Este é o fardo amarrado em minhas costas.
A única parte em mim que bilha,até cega.
Faço crianças sorrir;
Tenho mãos carinhosas,e abraços longos.
Mas alguém;
Alguém me ajuda a sair desta armargura.
Porfavor alguém tira minha armadura, que visto como roupa.
Para que ao menos eu me carregue sem peso.
Leve também meu escudo para que eu não tenha que me defender das pedras.
Para que as pedras cheguem até mim como ondas em rebentação.
Em fúria para que eu dispa meu ser exausto e cansado.
Eu quero por um fim neste tormento.
Quero saber qual o barulho que você mais odeia;
Quero saber qual o cheiro que você mais gosta.
Quero saber se você prefere primavera ou verão.
Se você tem mas afinidade com seu pai ou com sua mãe.
Quero saber da sua história.
Da sua infância.
Quero saber que filme já te fez chorar e qual já te fez sorrir.
Quero que você adore meu sono demorado.
E tenha desconfiança da minha insônia.
Quero participar, quero ser quem te liga com febre.
Quero ser a espera do domingo a tarde.
Quero ser sorrisos e lágrimas.
Quero acampar com você.
Quero dividir um lanche com você.
Quero a noite te cobrir e te descobrir.
Quero seu cheiro sem perfume.
Quero te ver nervosa, ansiosa, com sono.
Quero começar esta estrada mais uma vez do nada.
Agora sim,as lágrimas,secaram.
As flores não chegaram.
As cartas rasgaram.
Sua face,mudou.
Eu me endureci,e quero pouco,quase nada de ti.
Você se perdeu,você me perdeu,tudo desapareceu.
Você partiu;
Você me repartiu.
Hoje me permitir sentir o cheiro dos seus cabelos como se nunca tivesse te tocado.
Estou olhando pra você e pensando:em bícepes,tríceps,trapezius ...
Um ser másculo,que quando me pega me aperta,me tira o ar me faz delirar.
Seu cheiro amadeirado,seus pelos,seu peitoral suado.
Tudo em você se encaixa em mim.
Sinto me mulher quando você me pega e eu não posso reagir ou relutar contra ti.
Eu não sei definir...
Ou melhor definir,até defini!
Esta sensação maravilhosa de estar em seu peitoral maior...Isso é definível.
Enfim não é uma aula de anatomia mas que eu queria te acordar e devorar todos seus músculos,pele,suor e me transpor!
Em cima de você deitar e me deliciar do seu calor.
Vem ocupa com seu corpo este espaço em baixo do meu.
Faz da minha pele quente seu abrigo.
Estou febril querendo você em baixo e em cima de mim.
A um perigo quando você me toca;
Eu quero você me agasalhando me desbravando.
Toma o meu corpo em chamas.
Me faz rolar nesta cama,e me chama!
Me despe...Passeia sua mão pelo meu corpo.
Estou faminta de desejo e sem o menos pudor.
Eu acordei com fome de você.
Comi suas fotos,me entupi de lembranças.
Eu tomei um copo de saudade.
Me enchi de você...
Eu sempre amei sua alegria disfarçada.
Seus olhos mornos,sua pele fria,seus cabelos claros,suas mãos vazias,suas coxas quentes,seus beijos ardentes,suas taças de vinhos,suas unhas vermelhas,suas lentes ,seus pés molhados ou seco...Eu amei todo detalhe em você.
Eu cheguei ao topo do amor;
Talvez eu volte com as mesmas idéias.
Talvez eu volte somente para trocar a mala.
Talvez eu nem volte mais.
Talvez você precise mesmo que eu me afaste.
Talvez eu tenha me cansado de verdade.
Cansado de te admirar, de te querer.
Mas tudo irá depender únicamente de você.
Me quero de volta, com todas as minhas certezas e sem nenhum talvez.
Nunca mais quero ter que me afastar.
Quero esquecer por onde você andou.
Por onde você me viu tropeçar.
Por onde você me pediu para não recuar.
Quero esquecer este e os outros lugares do mundo onde você pisou.
Quero pisar junto com você.
Chega de sonhar, quero viver.
Quero seu sorriso na beira da cama ao anoitecer.
Quero você comigo na praia até amanhecer.
Quero estar em casa para te receber.
Quero saber seu prato predileto para lhe fazer.
Quero até casar se for com você, se for para mudar, se for para realmente amar...
Tem que ser você, sendo assim, nada mais a declarar.
Estou cansada de vulgarizar o nosso amor.
De ser sua amante.
Cansada de te ver somente depois das 2 da manhã.
Cansada,ensanquentada,de entrar no seu carro e não poder esquecer uma blusa.
Esquatejada,aleijada,de não te ter nos dias frios.
Dilacerada de ouvir a frase:Vai na frente.
Cansada de te ter na segunda depois do almoço.
Morta de preguiça de sempre ouvir:-meu celular estava no silencioso.
Foda-se quero mais, que o seu telefone tenha uma pane ,e fique somente no viva voz.
Odeio ser discreta,quando passo por você,e tenho que me conter.
Exausta de caçar,seus fios de cabelos na minha blusa,de ter que sustentar sua falta ,cheirando uma peça de roupa sua.
Nervosa de ver você ,sempre disfarçando,sorrindo,passando e depois no fim de tudo me ligando.
Odeio ser sua amante a tanto tempo.
Por que eu sei que é dentro de mim,que sua noite acontece,e comigo que você vez ou outra amanhece.
E junto a mim,que você esquece das horas.
Sou uma péssima amante,nestes anos todos sempre aturei,nunca cobrei,nunca falei.
Mas agora basta,pasta...é sua vez de pastar.
É minha vez de te ligar,sem me importar com quem você está.
No fim de tudo seco,em grãos sempre sobra eu e você,em qualquer motel,com vinho barato.
No fim de tudo é o meu cartão que passa.
No fim de tudo,é você que me arrasta,para esta vida de duas horas de cores,e vinte e duas de horrores.
Amor mais mesquinho,pobre e nada sadio.
Entrei neste relacionamento com pernas e colágenos.
Estou saindo manca e com rugas de cigarro.
Aprendi a beber,a fumar de oito anos pra cá.
Mas acima de tudo,aprendi a me amar.
Eu quero te matar dentro de mim.
Eu preciso te esquecer pelo bem dos meus próprios pulsos.
Vou te esquecer,vou deixar meus anéis de ouro dentro do seu carro.
Vou deixar marcas de batom em suas blusas.
Eu vou noucatear você.
Eu vou destruir a palavra nós e te deixas a sós...Daqui pra frente de hoje em diante.
Vou te dar o gosto amargo de ter uma amante.
De repente é sexta feira.
Você disse a todos do serviço que vai "bombar" no fim de semana,e que vai declarar seu amor.
Todos torcem para que você leve um "toco" para ser motivo de risada no escritório na segunda-feira.
Mas a caminho.
Você bate o carro e Morre.
Aposto que seus amigos vão chorar e sempre alguém vai pensar"coitado"não deu nem tempo dele se declarar.
Porque sempre se morre cedo demais.
Porque a vida sempre pede uma saideira.
A vida sempre merece mais cinco minutos.
Ou senão você levanta numa terça feira com aquela vontade imensa de se agarrar no edredon mas levanta porque a vida te chama.
Assim que levanta tem um infarto e Morre.
Você tem o maior cuidado com os seus discos,com suas fotos,com seus álbuns e quando morre alguém coloca em um saco de lixo e joga fora.
Você ama uma pessoa ,mas não tem coragem de dizer.
No fim você,morre e esta pessoa chora sua morte sobre o seu caixão,dizendo baixinho que te ama.
De repente você guarda aquele e mail,no rascunho e diz amanhã mando.
Você morre e o e-mail fica lá nos rascunhos,arquivado para sempre.
Temos que estar prontos para receber a morte de braços abertos.
No sábado que você ia sair.
No domingo que ia dormir.
Na quinta que você marcou o cinema.
A morte trabalha rodando turno,ela não para.
Vinte e quatro horas, arduamente.
e ninguem entende como ela se esforça para fazer isso?
Quando a morte vir até mim,pedirei a ela:
-senhora poderia esperar cinco minutos.
Preciso só me declarar,avisar o pessoal do serviço que não deu certo,pegar meu edredon.
Entregar para meu melhor amigo os discos;
Dizer que amo alguém,e enviar um e-mail agradecendo a todos pela visita que fizeram em minha vida.
Por tanto meus amigos,quem precisar de cinco minutos,dois minutos,estarei por aqui...Por enquanto ironicamente falando.