Poliana Ávila
Qual seria o real sentido da vida? Nós, meros humanos, buscamos diariamente a libertação de determinadas amarras que sufocam-nos como as mãos de um desesperado que se afoga no mar ao receber ajuda. O sistema nos oprime e passamos a buscar o que não queremos induzidos pela pressão social exercida veementemente sobre todos os indivíduos. Somos máquinas, somos pecilotérmicos, frios como a pele petrificada e inérte de um defunto e cinzas como a grande Londres entre 1760 e 1860. Perdemos nossa grandeza e sensibilidade. Contemos nossa arte em troca de uns poucos papéis que utilizamos para tentar preencher o vazio existencial de outrém. A fome já não é só de comida. A carência deixa de ser apenas sentimental. Nascemos e morremos atordoados pela monótonicidade da modernidade tão sólida quanto a água que escoa pelos nossos dedos. Até parece a vida.