Poeta do Sol
SERESTAS AOS AMORES
Os acordes do sopro dos ventos noturnos
Parecem dar os tons do plangente violão,
Desperta a Julieta que entreabre a janela,
Vendo pela fresta, debruça-se em atenção
Olhando seu amado cantarolando para ela.
O romantismo toca no âmago do seu ser
Qual flecha de cupido acertando direção,
Ela, entre a emoção e o medo de seus pais
Corresponde ao amor naquela sensação;
Ele é fogo que queima mesmo, é demais.
Dedica-se à ela a sua mais nobre canção
A qual mexe, remexe em seu ser tão jovial.
Imaginemos um tal de Romeu do passado,
A moça da janela agrade a todos do coral.
A donzela sonhou acordada, o sonho alado.
As serestas, serenatas ou cantigas pra vida,
São lenitivos para os amantes na inocência,
Penetraram em corações de pedras duras,
Formando uma, que ao reflexo sol é polida.
Luminosa, nas caminhadas em noites escuras.
SERENATA NOSTÁLGICA
Está chovendo agora, eu nesta estrada a te procurar;
sinto frio; o vento sopra cortante o meu corpo molhado,
somente o corpo; a alma encoraja-se a te encontrar,
mesmo me expondo as intemperes e ao medo domado.
Vejo luzes velozes que se colorem ao tom dos faróis;
carros e caminhões à noite são
companhias diletas.
Tenho que parar; o abrigo se faz mister; estou a sós.
em teus pensamentos faço-os meus, formas prediletas.
Pela distância, parece-me que ao andar conto passos,
estrada alongada, horizonte perdido ligando ao céu.
O alvorecer me impulsiona a crer que terei teus abraços,
as nuvens escuras vão mudando as cores em novo véu.
Nossos desencontros agora são finitos; nos encontramos,
toda caminhada ficou para trás, pelo tempo compensada;
nossa estória é vida, é luta, é amor que muito buscamos,
rompemos a nostalgia, somos o prazer da vida desejada.
ROMPE-SE A AURORA E QUEBRA-SE A NOSTALGIA.
O MEU SILÊNCIO, A TUA CALMA
Se o laço dos meus abraços é teu acalanto,
como criança rebelde adormeces vagarosa
e na suavidade dos meus braços tu suspiras;
balbucias a pronunciar uma história amorosa.
Ao cair a noite, na escuridão eu sou teu anjo,
te protejo dos perigos que nela se escondem;
me sinto um guerreiro que por ti vai as lutas,
que não tem medo de guerras e da desordem.
O amor e o coração são os conflitos da alma
roubam a paz, anestesiam todos sentimentos
deixando inebriados de paixões nossos egos,
tornando cálidos nossos corpos e momentos.
Ao acordares, saiba que adormeceste comigo,
que ao meu corpo confiaste em entrega teu ser.
Claro que sabias a grandiosidade do querer-te
em devoção. Nada no mundo será maior que meu querer.
DEDICO ESTE POEMA AOS MEUS SONHOS DE POETA.