Poeta - Carlos Silveira

Encontrados 6 pensamentos de Poeta - Carlos Silveira

POETAS

Que espécie de gente
São os poetas, são loucos
Vivem na libertinagem ?
O mundo acabando
E eles fazem poesias

Que pensamentos eles tem
O que fazem nas madrugadas
Sexo, comem putas ou batem punheta
Ou ficam observando o luar ?

E de manhã o que faz um poeta
Coça o saco, vai ao banheiro
Defeca palavras ou merdas
Escova os dentes procurando poesias ?

Que roupa veste um poeta
Usa terno, gravata e calça social
Ou só vestem jeans e camisetas
Poetas rezam, dormem de pijama, poeta dorme ?

Poetas vão ao banco, enfrentam filas
Devem o aluguel, ou vivem nas praças
Colocam combustível no carro
Andam de ônibus, ou viajam nas ideias
Ou vão para Marte dentro de um foguete ?

QUANDO VOCÊ SE SENTIR SEM CHÃO
PARA DE CAMINHAR E COMECE A VOAR

SEMENTE

Se tu me enterrares
feito semente
na terra seca de tua alma
sei que não criarei raiz
Então me deixe
me jogue no chão
serei semente, me afundo na terra
esperando a chuva cair
Quem sabe volte a nascer, crescer
depois de um tempo florir em outro jardim
quem sabe darei frutos, enfim...

DOR OBSCENA

Aceno para dor
Que visita sem hora
marcada, chega do nada
Atrevida sem pedir licença
Uma dor obscena
Que flerta comigo
Dor que dança
Que me balança
Como se martelasse
Fazendo tudo pulsar
Hora da entrega
Confesso os temores
Antes de agonizar
É hora da viagem
Não sei onde vou parar
Na estrada desconhecida
Talvez encontre um abrigo
Em algum lugar
E assim descansar.

POESIA URBANA

Escrevo
Quase verdades...
Cultivadas entre
Loucuras
Conto dramas e
Desafetos
Inventando mentiras
Espalho a dor
Com tinta e lagrimas
Sobre o papel
Envolvo-me com
As putas, bêbados
E viciados caídos
Pela cidade
Faço do homem
O que eu quero
Já á mulher
Eu transformo,
Em mil fantasias
E assim tudo misturado,
Uma selva de sentimentos,
Se nasce e morre, e vira
Poesia urbana.

VIDA ALHEIA



Vivia a tua vida
Não a minha


Sonhava teus sonhos
Esquecia dos meus


E assim vou deixando
De voar, para preso ao teu lado ficar
Por vezes até tentava voar

Voava...
Não ia longe
Talvez com medo de me perder
Ou de nunca mais querer voltar


Até que um dia, resolvi voar...
Fui longe, conheci a liberdade


Tomei outra rota, uma nova direção
Achei os sonhos perdidos
Ou esquecidos no tempo


Nunca mais vou deixar de voar, voar...
Não veja como ingratidão
Fiz o que dizia meu coração