Piettro Kallef
A gravidade das coisas tomaram um peso maior quando completei vinte e cinco anos. Estou talvez na metade do tempo, se ainda tiver sorte, e meu metabolismo brinca de ser adolescente, as pessoas começam a sentir mais minhas palavras e não justificam a tal fase como desculpa para ignorar o que realmente penso. Acordar se tornou algo insuportável, e já sinto a minha coluna e a responsabilidade do meu futuro incerto. Flertar se transformou em algo patético, o meu olhar cansado já começa a demonstrar interesse em um relacionamento mais consistente, pois, as festas perderam o sentido e conversar sem a percepção de horário é a melhor coisa que descobri. Meus amigos tomaram rumos complicados e não me esforço para entender, afinal, há atitudes imaturas em nós que começam a incomodar, mas os visito nos feriados para a seção nostalgia. O desconhecido é tão atraente e revigorante. Decidi mudar de cidade e ficar mais comigo mesmo e percebi o quanto sou chato, cheio de manias e ideias confusas sobre a vida, assim, começo o processo de mudança e o meu terapeuta diz: "Você não é louco, o que lhe falta é uma dose de loucura pra ser feliz". Já saio sozinho ao cinema e bebo cerveja nas quartas e sextas-feiras para esquecer os problemas do trabalho e não mais para me divertir. Bom, pode parecer que estou exagerando, mas cada dia é um mesmo dia. No jornal violência, corrupção, na vida monotonia, amores iguais e falta de entusiasmo, afinal, não é fácil chegar aos vinte e cinco e notar que o "tudo" se resumi "nisso" ou "naquilo", entretanto, tenho a oportunidade de concluir hoje, não tudo o que deveria, mas ao menos este relato.