Pier Paolo Pasolini
Eu sei o nome dos responsáveis. Eu conheço todos os nomes e todos os fatos dos quais são culpados. Eu sei. Mas não tenho as provas. Não tenho nem mesmo os indícios. (Che cos'è questo golpe, Corriere della Sera, 14/11/1974)
Sendo esmagado pela normalidade e pela mediocridade de qualquer sociedade na qual ele viver, o artista é uma contestação viva. Ele sempre representa o contrário da idéia que todo homem em toda sociedade tem de si mesmo.
Há uma ideologia real e inconsciente que unifica a todos: é a ideologia do consumo. Este toma uma posição ideológica fascista, aquele adota uma posição ideológica antifascista, mas ambos, diante de suas ideologias, têm um terreno comum, que é a ideologia do consumismo. [...] Assim, ao fazer um paralelo, me dei conta de uma coisa que escandalizará a maioria, e que apenas dez anos atrás escandalizaria até a mim. Que a pobreza não é o pior dos males, nem o desfrute. Ou seja, o grande mal do homem não consiste nem na pobreza, nem no desfrute, mas na perda da singularidade humana sob o império do consumismo.