Petter Royal

Encontrados 4 pensamentos de Petter Royal

⁠A indecisão é o mal do homem moderno.

Não sei se A ou se B,
Se aparo ou não a barba.

Se corto o cabelo,
Ou se deixo crescer.

Não sei nem o que sou,
Quiça o que quero fazer.

Só sei de uma coisa. O que com certeza eu não quero ser.

Aprendi com meu pai.

E como o homem moderno já não almejo fazer.

⁠Indecisão. Eis o mal do homem moderno.

Não sei se A ou se B,
Se aparo ou não a barba.

Se corto o cabelo,
Ou se deixo crescer.

Não sei nem o que sou,
Quiça o que quero fazer.

Só sei de uma coisa. O que com certeza eu não quero ser.

Aprendi com meu pai.

A não fazer como ele,
A não ser como ele.

A escolher não continuar como um homem moderno.

Mas então o que sou?

Um homem no tempo, fora de seu tempo?

Um ponteiro que se volta contra o relógio, eis o que sou?

Eu não sei.

Inserida por NoiteSombria

Embriaguez

Nossas mães e esposas dizem para não bebermos. Infernizam-nos, caramba!

Nada vem de graça. Sei disso. Mas vivemos em um mundo caótico e imprevisível. Amanhã posso acordar morto.

Então, se puder comprar felicidade no presente, que é certo, com a possível dor de um futuro incerto, está não será uma ótima barganha?

Inserida por NoiteSombria

Madrugada de Junho

Chamam-me Zé, da terra do rei. Apesar disso, um humilde plebeu.

Cidadão orgulhoso, hébrio eventual e desafortunado, estudante bem sucedido e intelectual fracassado.

Há dias não durmo. Não muito. Não.

Soluções das mais diversas foram-me apresentadas. Como meu caráter, contudo, são falhas.

Como ciência, deixam a desejar. Como técnica, ineficazes. Como crença, continuam no plano imaginativo. Um fracasso.

Ontem testei um remédio. Dormi junto ao despertar do sol.

Hoje foi diferente. Álcool. A alvorada se foi há horas e ainda escrevo estes versos.

A agonia já deixou de ser amante. Casei com ela e a traí. Raiva, minha nova paixão.

Desespero será o meu futuro. Desesperança, após ele.

Quero chorar. Também desejo vomitar. Tristemente, não tenho mais controle sobre o próprio corpo.

Minhas mãos tatilografam amontoados de rabiscos estranhos, os quais a autoria negarei pela manhã.

A falta de memória será a prova.

O sono não vêm. A angustia bate frenética a porta de meu coração. Descobriu a traição e agora cobra seu preço.

Suspiraria de alívio se ela apenas pegasse as malas, preferisse meia-duzia de ofensas, desse meia-volta e só voltasse meia quinzena depois, com um oficial de justiça e uma intimação. A dor de cabeça séria menor.

Decadência.

Ao menos não estou sozinho. A tristeza é companhia fiel. Durmo com ela às vezes, mas durmo.

Mal posso esperar pela próxima visita.

Niilista? Não, não tenho tanta sorte e nem tanta esperança assim.

Ó, Tristeza, quando voltarás? Desejo-te, fiel amiga. Se quiser-tes, caso-me contigo. Aceitarei teus egoísmos, desejos e tuas traições.

Sono, eis o que quero em troca. Apenas isto. Aceitas a proposta?

Fico feliz...

Inserida por NoiteSombria