PETRONILHA ALICE ALMEIDA MEIRELES
SÓ
Me perdi por curvas tortuosas, sinuosas, errantes,
Já não faço poemas,
A inspiração,
Você a levou,
Procuro meus versos, rimas, estribilhos,
Você levou tudo,
Meus beijos, abraços, amor...
Tudo esvaziou em mim,
Mas te espero,
Que venha em meus sonhos,
Em cavalo alado,
Sonhos de perdidas ilusões...
Espero um novo tempo,
Achar-me-ei em todas as curvas,
Caminharei eu sem medo pelas ruas,
Minha inspiração voltará,
Pois surgirá belo,
Voando no Pégaso,
O reacenderá meus sonhos...
Me beijará sedento de amor...
INCERTEZA
Saberás que te amo,
Não importa o tempo, a distância,
Minhas palavras não mentem,
As tuas palavras guardam segredos,
Eu te amo e comecei a te amar,
Não foi difícil, estava escrito nas estrelas,
Você sempre falou isso,
Por isso tudo começou.
Te amo, mas às vezes, não te amo,
Não saberás que te amo,
O amor é incerto, não te amo.
Meu amor, não sei se te amo?
Meu amor, por isso te amo tanto,
Estava escrito nas estrelas.
MIRAGEM
Não importa por onde andarás, te sigo,
Falo contigo em monólogos.
Febris, densos, intensos, insanos, suplicantes,
Sei que não pensas em mim,
Te pressinto a cada minuto,
Sinto tua presença em mim,
Na calada da noite vejo tua imagem,
É miragem, eu sei, mas dormes sereno,
Penetro calmamente no teu quarto,
Meus dedos no acarinhar os tua boca, queimam,
Sinto a brasa do teu corpo inerte incendiar minhas mãos,
Sussurro no teu ouvido todo o meu amor,
Tu não acordas,
Quero te amar,
Teu sono pesado não me sente,
Sou mulher perdida de amor por ti,
Te queria homem,
Que desnudasse meu ser,
Entre laços, abraços, calor,
Sem rumo, sem plumo, sigo,
Quando acordar quero que sinta meu perfume ainda exalando no quarto,
Quero que saiba que vim te ver enquanto dormias,
Sou criança, menina, mulher, verso, rima, estribilho, poesia...
Sou a brisa, tempestade que quer te alucinar,
Sou a Lua com estrelas penduradas,
O amor descampado, desnudo,
Sou bruxa, fada, princesa, rainha, sereia,magia...
Desejo você sem fim...
FEITICEIRA
A noite chega em um cobertor negro,
Procuro-te,
Somente a mim me acho,
Minha própria companhia me embriaga,
Fico entorpecida no silêncio,
Ouço meus pensamentos,
Conversando alto, sem dó de mim,
Eles me desafiam o tempo todo,
Me obrigam a pensar em ti,
Olho a noite, não tem estrelas e nem 🌒,
Somente trevas e você,
Sou bruxa, feiticeira,
Sou Circe,
Venenos servirei em cálices,
Peço que voltes,
Quero dominar teu ser,
Envenenado de amor,
Animal ferido,
Em meus pés tombarás
Quimeras mil,
De loucura e perdição...
De um amor sem fim.