Pedro Tornaghi
Quando eu era novo, costumava admirar pessoas inteligentes. Quando cresci, passei a admirar pessoas gentis.
"Perguntaram a um mestre sufi o que era perdão. Ele respondeu: é a fragrância que a flor doa quando cortada."
De que adianta,
Pedir um sinal,
Ao Universo, ao astral,
Ao tarô ou à santa,
Se o próprio coração,
Você não escutar...
Não haverá altar,
Truque ou tradição,
Benza, prece, arruda,
Amuleto, sagrado objeto,
Que seja de real ajuda,
Que oriente, por completo,
A quem nunca saúda,
A vida com fervor e afeto.
Você fala comigo em palavras,
E eu te olho com sentimentos,
Tão ricos os nossos momentos,
E, em vez de curti-los, te travas,
A vida, inteira, a teus pés,
E você não dá o bom passo,
Coração e peito de aço,
A vê passar, de viés,
Nem tudo está, ainda, perdido,
Desarme-se, arrisque e venha,
Chega de bobeira e ruído,
Atice seu fogo, com toda lenha,
Queime nele o já conhecido,
E, do amor, torne-se prenha.
Sem saber por qual caminho,
Quando nada anterior o indica,
Decidir se se parte ou fica,
Ignorando onde está o espinho,
Entrar, sem negar a incerteza,
Coração aberto, para o que der ou vier,
Afinal, quem sabe o que quer?
Recuar não seria avareza?
Sim, em frente e com tudo,
Não contabilizando ganhos ou perdas,
Com medo, assumir o absurdo,
Enfrento a dor se me arrancam as cerdas,
E sigo, atento e sem escudo,
Isento entre direitas ou esquerdas.
cada hora do ano que virá,
está por ser escrita,
seja de forma aflita,
ou inspirada por um chá,
escolha a melhor maneira,
e arvore-se a autor,
arrisque-se sem pudor,
além da sabida fronteira,
prá que novos dias, finalmente,
levem ao êxtase prometido,
e tudo possa ser coerente,
não com aquilo já vivido,
mas com o que seja inerente,
a teu peito florescido.
Na trilha do autoconhecimento, há sempre momentos melhores pela frente do que todo o deixado para trás.
Vida é aprendizado,
nem sempre justa,
nem sempre prazer,
com frequência assusta,
mas sempre lugar de aprender.
Colocar a vida pelo avesso,
Revelar o olvidado sentido,
Libertar o represado fluído,
Recuperar a inocência do berço.
Quanto mais o tempo passa
mais fácil perceber o quanto
mais temos a aprender
do que ensinar às crianças.
No fundo da aparente complexidade do Universo jaz, oculta, uma simplicidade que um sorriso espontâneo sempre expressa e denuncia
Lá, no fim das internas viagens,
Onde estatísticas não têm valor,
Porque, até hoje, ninguém pisou,
Em solos tão selvagens,
Mora, depois da esquina do medo,
O tesouro que tanto procuras,
Entre vielas e ruas escuras,
E que parece intransponível segredo.
Ele espera por você, intocado,
Pronto para a revelação,
Pela qual você, obstinado,
É capaz de dar dedos e mão,
Sem saber que, o danado,
É gratuito a quem tem coração.
Esteja nova,
cheia,
crescente
ou minguante,
por mais distante...
o Sol nunca deixou de dizer para a Lua:
Bom dia dos namorados!