Pedro Contessoto

Encontrados 3 pensamentos de Pedro Contessoto

⁠Uma peça de teatro

A corrente do tempo não para
Ela corre, anda e se rasteja, mas não volta
O cenário vai trocando, o ator vai mudando
E o público vai rindo e chorando

O ator que um dia existiu não existe mais
Mas se tratando de meros mortais
As novas possibilidades aparecem
Novo sabor, nova amizade e novo amor

Me pergunto sempre, Deus, o que eu sei
Já que a todo instante tudo muda
Tentando capturar as suas linhas tortas
Mas isso só gera uma dor aguda

Em meio a isso, apenas navegarei
No palco do mundo, não somos reis
Em sua vastidão, o torto se transforma em padrão
Aprendendo e vivendo na imperfeição

No eco do silêncio, o tempo nos ensina a ouvir
A voz do coração, o sussurro da alma a fluir
Aprendemos que cada adeus é um novo começo
E se for assim, eu te agradeço

Labirinto da Serenidade

Oque está em minha cabeça
Não é um abismo gigante, e sem lógica,
Mas sim, um labirinto intrínseco e nostálgico,
Um espelho da alma, reflexo constante.

Ele faz parte de mim, temente reconhecido,
Pelas nossas necessidades humanas de compressão,
Meu ser vagueia, às vezes anseia, por própria redenção,
Num universo interno, labirinto, onde ecoa minha canção.

Mas ele é o que é, "nada", um grande vazio,
Uma tela branca pronta para ser pintada com desvario,
Onde as cores da alma se misturam com o desconhecido.

Aproveite da sua companhia, do sutil manto que envolve,
Despindo-se dos medos, que na mente corroem e dissolvem,
Aceitando o nada, a serenidade no vazio se resolve.

Tanto eu e você, vejo uma criança confusa, querendo
Compreender os misteriosos porquês, a vida aprendendo,
No reflexo dos olhos, perguntas sem respostas, apenas sendo.

Cada pensamento, embora possa parecer um labirinto,
Trás em si a essência, e na sua exploração, o distintivo,
De que, mesmo na obscuridade, podemos encontrar um caminho instintivo.

Onde os demônios se transformam em aliados,
Os pensamentos abissais tornam-se ancorados em mares não-navegados,
E a cada questionamento, um novo universo é por nós criado'

No final, somos todos crianças, entre o tudo e o nada,
Buscando respostas, numa jornada,
Descobrindo, que na incerteza, também se encontra a estrada.

Memórias de Jo

De forma hospitaleira e pura
Guardo como guia o que restou
Um exemplo claro, para comparação
Se não chegar perto, não me conquistou

A conjuntura se esvai
Frugal é o gesto que me atrai
Pela delicadeza do seu enredo
Infindável é o símbolo conquistado

Luas vividas, memórias de ovos com pão
Clamar por grãos de areia, de televisão
Doce é a chuva em minha própria canção

Regozijam os que entendem a verdade
Inerente é o crepúsculo da saudade
Na natureza a ampulheta tem a sua fiel lealdade.