Pedro Cabral
Quero lençol bagunçado, café na cama, cortinas bem abertas. Quero abraço apertado, mordida na bochecha, beijo demorado. Quero banco do passageiro ocupado, cinemas às quatro, tempo para nós dois. Quero seu riso estampado, seu cheiro espalhado, nossa música na rádio. Quero pintar nossa casa da mesma cor do nosso laço, colar você no meu abraço, fazer amor. Quero sussurrar no teu ouvido, ouvir seu pior ruido, que você seja meu livro mais lido. Quero, acima disso tudo, você numa sexta feira a tarde sem preocupações, nós a sós, dividindo nossas vidas em uma só.”
Já notou quanto tempo gastamos apenas pensando nas coisas que deveríamos ter feito naquele momento em particular? Se você deveria ter realmente ter falado tudo o que pensou ou se deveria apenas ouvir ou o que aguentou no silêncio, será que deveria ter revidado? É estranho pensar nessas coisas. As palavras que você não disse, as atitudes que não tomou, os sonhos que não quis correr atrás. Eles podem não ser concretos, mas te mudam. E as pessoas começam a notar isso porque você para de dizer o que elas querem ouvir. Aí é preciso se manter firme no que acredita que seja você, porque caso o telhado desmorone ainda haverá o chão pra te segurar e as estrelas pra contemplar.