Paulo Sergio Francisco
Em todos os sentidos meu corpo era tocado por
aquela suave brisa, que, lentamente se aproximando, lentamente se expandia . Calmamente se apresentou, suavemente se fez presente e no resplandecer das primeiras horas, intimamente me abraçou.
No presente preenche meus sonhos, no passado abranda meus desacertos, no futuro incerto se esvai como bruma que não cai e na certeza do não saber, oscilante se desorienta.
Aos poucos me dou conta da situação e sem nenhuma reação, espero. Percebo, sem demora, qual sua intenção. Com grande desafio, alheia aos meus pensamentos, segue seus designeos com a serenidade que a poesia do momento encerra. Deleito-me nesse prazer, um prazer que é permitido aos que nada pretendem.
Ouço vozes, mas não são vozes; são pensamentos retornando do passado. Um passado mais que perfeito, imperfeito se desfaz no presente. Um presente inevitável que se ergue sobre erros, perdas e farpas. Da consciência dos fatos se reconstroem vidas sem medo.
Neste momento o tempo não só existe, coexiste com maestria à celebridade dos ingênuos.
Alguns podem usar seus talentos para desenvolver aptidões, uso minhas habilidades na tentativa de encontrar o ponto exato em que se equilibram, e se fundem, o saber, ao devaneio.
Ingenuidade, desalienação corajosa que tanspõe com superação dogmas cognitivos entrincheirados nos subterrâneos mais profundos da inconsciente mente.
Neste momento retorno ao presente e me detenho nas batidas de um pulsante coração. O necessário se faz urgente, o perdão estimula a indulgência, é imprescindível liberar os sentimentos.
Não existem medos, temores de outrora desafiam as incertezas do futuro. Não existem coerências, eventos aleatórios arrastam letras que se unem formando vocábulos, multiplicando-se em palavras, exuberando-se em frases sem razão.
Manifesta-se o dia, cintilam as primeiras horas, alvorecem as esperanças. Erros e acertos, conquistas ou derrotas, fazem parte do caminho. A vida não é linear; os resultados esperados em nossas batalhas nem sempre serão definidos pela simples vontade, mas sim pela firme convicção da fé.