paulo santana
Adrenalina para corpo e alma
Quando se trata de assuntos do coração, nem sempre chegamos a uma conclusão definitiva, pois o destino é o inconveniente que há entre o amor e os amantes. O amor, o verdadeiro amor, em síntese, é um excedente; mas o destino possui os seus princípios, dos quais lança os apaixonados ao abismo profundo, do qual períodos figuram uma eternidade. A teia do destino, por assim dizer, esmaga o coração, causando uma infinita e pungente agonia. A dor de uma separação é avassaladora, quase uma loucura. Existe nos grandes dramas sentimentais exemplos absurdos de psicose passional, histórias que transcendem gerações, tanto na ficção quanto na vida real, afinal a arte imita a vida! O amor nos dá como dádiva a oportunidade para ver a nos mesmos diante da pessoa amada, se não, de que forma entender o turbilhão confuso que o amor nos impõe? A emoção se regenera a cada ciclo, embora tenhamos idade avançada um espírito juvenil se apodera e preenche o enorme vazio que em instantes abunda o coração de fogo lascivo, submissão e desejo. Tudo se torna novo, nova vida e novas perspectivas, essa é a mágica do amor, sentir a influência de outro ser em nossas vidas e o julgar bom, necessário à existência. Algo tão precioso que sem ele a vida perde o real significado. Como um vício agradável aos sentidos, produzindo adrenalina para corpo e alma.
A vida pessoal de uma pessoa não deve interessar a ninguém, exceto aos indivíduos de mente e vida vazias, vulgarmente conhecidos como fofoqueiros.
O que é a arte?
Num estalar de dedos pode-se estabelecer um conceito de conotação comum e numerar uma porção de possibilidades. Do ponto de vista artístico, o lavor será primoroso, original e contento.
Existe realmente analogia, o abstrato se confunde, em outras palavras, como entender o produto de uma mente engajada ao metafísico? Que graça há no conceito original quando estamos diante de um artifício engenhoso, produzido por um “ser” extraordinário que possui o epíteto de gênio e granjeia a admiração de toda a humanidade.
Obras consagradas, interpretadas de diversas formas e manifestações efêmeras surgiram com o coevo movimento “ismo”. Elaborações de contornos inconvenientes e imorais expressam o consenso da perplexa humanidade.
Os seres humanos têm inclinação ao antagonismo, suas criações surgem de momentos impares, as lágrimas transformam-se em produções artísticas capazes de emocionar. Uma permuta, a tentativa desesperada de preencher o vazio com o fruto de seu desespero, da manifestação de sua alma à bela quimera.
O Conceito sobre arte jamais muda, já não temos Michelangelo, Van Gogh ou Da Vinci, mas suas obras estão aí como prova de sua genialidade e não há o que contestar, afinal é difícil segurar a emoção diante de David, A Noite Estrelada ou Monalisa.
A forma se aplica, prova disso são os nossos gênios coevos: Bill Gates, criador da Microsoft, Tony Fadell, pai do ipod e o físico teórico Stephen Hawking, um dos mais consagrados cientistas da atualidade. Cada um com sua peculiariedade. A genialidade é o atributo dos sábios, arte é obra de gênio, as grandes realizações necessariamente dependem de disciplina e talento nato. Beethoven que o diga, levou quase seis anos compondo sua nona.
Engatinhamos ao século 21, ainda faltam diversos 86 anos para o fim desse período, até lá surgirão vários seres notáveis. Quem sabe emerja uma figura com talento fenomenal de especial habilidade, capaz de mudar os parâmetros, gerar questionamentos e conceitos que possam lapidar a mente obtusa da humanidade.
Sem reflexão e conhecimento aberto do mundo, as pessoas se tornam sectários ignotas, contemplativos à líderes com interesses voltados ao próprio bem-estar.
Aquele que não tem a mente aberta para a fantasia, passará por esse mundo sem ter experimentado o extraordinário!
Felicidade não se compra, luta-se por ela, pois a intensidade da batalha reflete no desejo de ser feliz!
O sofrimento causado pela dor é lesivo, em silêncio oculta o desespero, num choro calado de soluço dobrado.
A necessidade de felicidade.
Nada me dá mais prazer do que escrever, criar, sonhar e compartilhar. Há no ato da escrita uma espécie de prisão, sinto-me fascinado por esse delicioso e cativante sentimento de amor. Agradável união entre o escritor e sua arte, a escrita. O vínculo é forte, um ensaio embrionário, como reza a fraternidade entre seres que se unem através do elo maternal. A necessidade urge e não importa a que lugar, companhia ou circunstância nos encontramos, a cobrança é forte, mais que uma necessidade, a ânsia diante do afortunado momento de inspiração, a angústia em reunir os pensamentos e o medo de que tudo esvaneça em fração de segundos. O indivíduo embutido da prerrogativa de expor seus sentimentos nada mais é que um cativo. Os grilhões são seus sentimentos, as amarras seus pensamentos e o tirante sua virtude. Pois a ocasião faz todo o sentido, desde que esteja diante daquela que possa se tornar a sua Magnum opus, algo para compartilhar com o resto do mundo e ensinar os rudimentos do amor, oferecer esperança para a humanidade através de motivos para sonhar. Pois os sonhos surgem da necessidade de felicidade.