Paulo Marques
Se for como Flor,
que seja assim, um mistério de segredos de tí em um encontro de nós!
Que sejas assim,
Um segredo singelo de ansiedade inquietante.
Uma lamúria indizível, de som, invisível!
Que a noite caia de repente, consequente e traga de maneira surpreendente, tudo por nós!
Que as coisas sejam assim,
simples e estonteantes, floratas como um tom!
Que tudo seja assim,
Que eu seja assim,
Que sejas assim ...
Que sejas flor sempre, a florescer doce,
a florescer assim, sempre Florence.
Defenestraram o sentido. Apagaram-se as luzes, devastaram espaços que outrora não conhecíamos.Um ou dois momentos antes estava ali, pensando em coisas que talvez impensáveis fossem.
Incontáveis, pensaria, intraduzíveis eu diria, mas recorrentes, com certeza. De certo, coisas inexplicáveis perduram pelo tempo que detém seu nível de mistério e ocultismo. Coisas impensáveis seriam, portanto, proibidas ou apenas não idealizadas?
Explicações que não se explicam termos que não se usam, possibilidades impossíveis. Impossíveis? O que é impossível? Impossível é o que não faço ou o que não fiz? Céleres prolapsos que obtusos são na imensidão do nada sei.
Consigo voar. Consigo imergir no mais profundo oceano. Sou capaz de tudo isso, no além das minhas possibilidades. Meu eu não é de certo meu. Vivemos para nos tornar, de desforme a cidadão ou ao contrário disso. Não somos nossos, somos dados ao incompreendido da fé, da crença em coisas que não se vê. Que não se confunda com religião. Somos nada querendo ser tudo, nos amando e nos odiando o tempo todo. Somos do mundo enquanto nele vivemos.
Mundo. Esse conceito veio de onde nunca saberemos. Saber, cinco letras formam o saber. Abstraio de mim toda inverdade da sabedoria. Para que serve o saber senão para obtermos vantagens uns sobre os outros? Saber deveria servir para obtermos vantagem simplesmente sobre a nossa própria ignorância.
Mensuramos a dor como uma esponja que absorve um espesso líquido e se desforma por não suportar, contorcendo de inquietação. Dor é saber que não sabemos e saber que sentimos. Sentimento. Que bonito seria se essa palavra cumprisse de fato seu propósito. Sentimento é laço de afinidade, por certo nem sempre é mútuo e nessa hora sim, entendemos o que é não ter ausência da dor. Como dizia o velho poeta cantor, toda dor vem do desejo de não sentirmos dor.
Nunca se sabe quem poderá ler o que se expressa. Talvez daqui algum tempo nem aquele que expressou entenda porque estas sinceras e enigmáticas palavras sem sentido definem exatamente a confusão de pensamentos e sentimentos que se misturam todos nesse exato momento.
Não é o que se pode chamar de uma historia real, tanto faz se há sentido e pouco importa a quem o sentido interessa, certo é que tem coisas que nunca se explicarão inclusive esse texto. Nunca mais.
Ah, a mágoa
Porque magoas a alguém que só quer teu bem?
Porque mágoas a alguém que te dá carinho?
Ah, amarga!
Vem como uma coceira irritante no coração
Como um sopro forte levando tudo que é de bom pelo caminho
Inimiga do amor, chega de uma forma que você menos percebe
E quando percebe
Já é tarde demais