Biografia de Paulo Freire

Paulo Freire

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi um educador, escritor e filósofo brasileiro, que posteriormente ficou conhecido como o Patrono da Educação Brasileira. Seu método inovador de alfabetização para adultos é uma referência em muitos países.

Fotografia de Paulo Freire.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu no Recife, em Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921. Ainda estudante, foi auxiliar de disciplina e, posteriormente, tornou-se professor de Português. Nessa época, já demonstrava preocupação com o grande número de adultos analfabetos.

Após se formar na Faculdade de Direito do Recife, Paulo Freire continuou atuando como professor de Português no Colégio Oswaldo Cruz e professor de Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1947, foi nomeado diretor do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria.

Método Paulo Freire

Seu empenho em ensinar os mais pobres levou à criação de um método baseado no vocabulário de cada região, o “Método Paulo Freire”. Tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África.

Sua primeira experiência aconteceu na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos, agricultores, a ler e a escrever em 45 dias usando palavras ligadas à agricultura. 

O diálogo com as experiências do aluno é um dos principais pontos de seu método inovador de ensino. Dessa forma, o estudante ganha mais autonomia e autoconfiança para se desenvolver no processo de alfabetização.

Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart, mas sua carreira no Brasil foi interrompida pelo golpe militar de 31 de março de 1964.

Prisão e exílio

Acusado de subversão, Paulo Freire passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu para o exílio no Chile, onde trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Foi lá que escreveu o seu principal livro, Pedagogia do oprimido (1968) que é atualmente uma das obras citadas do mundo em trabalhos acadêmicos na área de ciências humanas.

Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos) e, na década de 1970, foi consultor do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional a governos de países pobres, a maioria no continente africano, que viviam na época um processo de independência.

No final de 1971, fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Depois, passou a ter uma participação mais significativa na educação de Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, e também influenciou as experiências de Angola e Moçambique.

Retorno ao Brasil

Em 1980, depois de 16 anos de exílio, Paulo Freire retornou ao Brasil, onde escreveu dois livros considerados fundamentais em sua obra: Pedagogia da esperança (1992) e À sombra desta mangueira (1995).

Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, foi secretário de Educação no Município de São Paulo, sob a prefeitura de Luíza Erundina.

Doutor Honoris Causa por 27 universidades, Paulo Freire recebeu prêmios como: Educação para a Paz (das Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados Americanos, 1992). Paulo Freire faleceu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997.

Acervo: 168 frases e pensamentos de Paulo Freire.

Frases e Pensamentos de Paulo Freire

Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

Paulo Freire
Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Unesp, 2000.

Verdades da Profissão de Professor

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.

Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão

Paulo Freire
Pedagogia do Oprimido

Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes.

A humildade exprime uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém.

Paulo Freire
Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.