Paulo Cesar Costa Karini
Que a recompensa se torne na chave que emancipa o sorriso, e no arremate que revela o esplendor do olhar, assim então, tudo valerá.
A minha felicidade esta na simplicidade de um sorriso, na vivacidade de um olhar e no fulgor de um suspiro, não encontra-se no passado, mas no amanhã.
Não interprete meu cansaço como indiferença, pois não há contradição nas minhas palavras, o que se perdeu foi o desejo pelo tempo perdido.
Tudo se torna agradável, quando o que procuramos é extrair de algo a sua essência e a guardamos para sempre, sem possuí-la.
Escrevo pensamentos ocultos, para libera-los de mim mesmo, pois cada palavra dita se torna em um gole de fôlego que eu tomo, para viver.
Ler-se, entender-se, aprender-se, não há nada mais incógnito que o acumulo de vida e seu auto-aprendizado, sou lúcido demais para isso..
A noite tornou-se minha cúmplice e a lua minha amante, como criança, eu a observo da janela do meu quarto esperando o seu olhar insinuante, transpor-me, como presente..
Não tenho a pretensão de escolha, mas tudo que busco pela vida é tão somente outra maneira de senti-la.
Quero sentir o calor da pegada, do corpo a corpo, quero sentir o doce do beijo, o extrair do folêgo, hoje eu quero fazer tudo que passa na tua mente..
Arrisco extrair o encravado desejo, usando de uma faca sem fio, chamada tempo, como sem vontade, como sem desejar, ainda assim tentando..
Existem belezas ali do lado, existem riquezas que se fazem humildes, existem sonhos que sonham em ser reais e hoje me permito conquista-los.
Traido pelos meus próprios pensamentos, mantenho-os em cárcere privado para não dar ouvidos e dizer aquilo que tanto quero falar.
Quero acordar desse hoje, quero sair desse labirinto de ilusões que me afasta da realidade, que me prende a um final que eu não terminei, a um grito que ecoa no silêncio do vazio.. Em meio essa escuridão, meu corpo descobre forças onde não há, e eu não sei bem o porquê, mas parece que meu tolo coração, ainda avista esperança no amanhecer..
Não pertenço a breves momentos, a curtas emoções e a acanhados desejos. Me faço nas grandes tempestades, nas eternas sensações e nas inflamadas vontades.
A mulher amada, sem a qual a vida é nada, sem a qual não há viver, para sempre seja ela, minha busca interminável, meu prazer incontestável, meu belo amanhecer.
E as minhas armas são meus pensamentos, enquanto caminho insistente em direção ao meu norte, minhas cicatrizes são pegadas na areia que o mar se encarrega de apagar, como o sol tardando o anoitecer, perduro atrás de um amanhã que sonhei hoje..
É difícil usar a razão para explicar o singular de cada estranho pensamento que nos cerca, pode a semente saber-se árvore antes de florescer? Assim é compreensível e ao mesmo tempo espantosa, a nossa capacidade de afirmar verdades não ditas e toma-lás como razão, quando o que nos abraça ainda faz parte de fascínio não descoberto, de uma saudade ressaltada ou de um simples sorriso para o amanhã.
Encontro no silêncio da noite o abandono das palavras, a perca do irreal, a poesia se desprende do poeta, o sonho se faz acordar, me perco na lucidez de um mundo onde sou mortal. Procuro todas as noites, por um sinal, de uma chama que me aqueça e que me remeta aos mesmos sonhos de um infinito em minhas mãos, uma procura sem fim..
Em meus pensamentos percorro um caminho que me parece seguro, ao som de uma canção que ecoa de todas as partes, ela vem de uma só direção.. Há um alvoroço me que segue em cada passo que dou, enquanto corro, consigo ouvir os passos que me seguem, há outro caminho, mas algo me chama atenção para esse, que me faz repousar, enquanto ouço os acordes da canção..
Disfarço elas, as palavras, em sorrisos e gentileza, a fim de dizer não uma, mas todas.. E posso dizer que ainda são poucas.