Paula Chiodo

Encontrados 3 pensamentos de Paula Chiodo

Saudade dá, sempre dá, mas a gente disfarça, dorme, toma um café, escreve, toma doses de tequila, finge que esquece. A gente dá um jeito.

Inserida por PaulaChiodo

Se eu pedir para ficar, fica!
Porque eu não sou de pedir, porque sou orgulhosa, porque eu preciso das suas mãos na minha cintura e da sua boca no meu pescoço. Porque eu quero ter a certeza de que é por mim e pra mim que você ficou. Porque mais tarde vai ser tarde de mais, e quando o tempo passar quem não ficará sou eu!
Fica, porque depois das nove a casa fica vazia, e por mais que eu não admita eu sinto saudade. Fica mais cinco minutos, ou cinco anos… Fica deitada comigo, de conchinha, me esquentando. Fica até amanhã de manhã eu faço café e torradas, fica até a hora de eu sair para trabalhar e quando o tempo acabar. Fica dentro de mim, ou do lado de fora, mas fica. Só… fica.

Inserida por PaulaChiodo

Tudo flui porque tudo é efêmero. Nada dura para sempre.
Tudo muda. Se altera. Se distancia. Os laços perdem a força e a gravidade os derruba no chão. Até as certezas mudam e as coisas que me faziam tremer já nem me arrepiam mais.
Eu não sei o que vai ser daqui para frente, não sei se o trem continuará nos trilhos, na verdade, começo a questionar se existem mesmo trilhos e se é certo comparar a vida a um trem e se não seria melhor compará-la a uma queda livre.
Tudo é mutável. Nem mesmo o universo é estático. Paradoxo. Muitas estrelas e mesmo assim tudo é escuro. A quiromancia não me atrai e o futuro é uma incógnita que não ouso decifrar. Para que estragar as surpresas? Confusão e fluxo de consciência.
Quão consciente estou das escolhas que faço?
Quantas rachaduras nos lábios serão necessárias até que eu pare de fazê-los sangrar? Minhas mãos procuram coisas inalcançáveis e meus desejos são insaciáveis. O mundo, mon petit, o mundo é uma grande estação e sou eu que escolho se vou ou se fico.
Não durmo. Não sinto. Não sonho. Não ousarei sonhar. Jogo-me todos os dias de um precipício assim que levanto da cama. Não estou triste, não pense que choro enquanto escrevo ou qualquer coisa do tipo. Estou ouvindo Clash, ou seria Doors? Sabe que sou um tanto quanto péssima em saber nomes de bandas e músicas. A falta de bebida faz a sobriedade desse momento parece durar a vida inteira.
Não estou feliz, não ousaria dizer isso. Estou viva. Pulsando. Pulsando. Meu coração é um vale de desapegos e chove tanto lá fora. Eu me entrego tão fácil e eu encontro espinhos em tudo que é flor.
Eu estive aqui. Me derramei aqui. Me espalhei aqui. Eu amei. Amei tanto em tão pouco tempo e eu não sou de amar. Da minha dor, eu é quem sei. São quase cinco da manhã. Está ventando, o vento sul que bate na janela. Estou com um monte de perguntas na cabeça.
Só que não vou me desculpar, nem comigo e nem com ninguém, não ter porquê.

Inserida por PaulaChiodo