Patrícia A. Vieira
Deveria existir uma agência aonde se alugasse namorados e amigos! Pelo menos não nos decepcionaríamos ao vê-los partir quando o dinheiro acabar.
Fazer com que as pessoas não se aproximem muito não é uma forma de esnobar, é uma forma de se proteger.
Acontece que eu já quis ser tudo isso. Tentei me encaixar, no seu melhor, no meu pior, na sua expectativa, ou em qualquer outro lugar que me coubesse. Descobri, que não havia ponto de chegada. Que quanto mais eu tentasse me encaixar, menos encaixe haveria. Não era você, não era ninguém que pudesse estar a minha frente. Era apenas eu. Eu e o meu eu. Seria (e quantas vezes foi) em vão, toda essa força, esse esforço pra me encaixar aonde simplesmente não me cabia. Nunca coube. Não há formas, porque simplesmente eu sou a forma. Não tem o que traduzir, já está traduzido. Não há o entender, não há o que descobrir. É simples, é isso. Não tem mais nada além disso. É isso e ponto, mesmo que infinito. Você nunca chegará a lugar algum, porque simplesmente não há lugar pra chegar. Não há ponto de chegada. Entende? É uma viagem sem volta. Quanto mais se descobre, mais sem pra descobrir. É um complexo da simplicidade. Você é capaz? Desperta-me.
Esses dias estava pensando justamente nisso: as coisas, os fatos, as pessoas, as paisagens... Tudo ao meu redor muda! É inocência desistir do que eu quero, com a justificativa de que "vou demorar muito para conseguir." De qualquer forma, o tempo passa. Um ciclo se encerra aqui pra mim, mas ele continua ali pra alguém. Ninguém é insubstituível. Não pare a sua vida independente de qualquer coisa. A vida não para nem após a morte. Tudo é contínuo. A opção de parar vem de dentro: você para. O mundo não!!!