Patativa do Assaré
Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva) nasceu em Assaré, Fortaleza, no dia 05 de março de 1909. Filho de agricultores, ainda criança começou a cultivar a terra, ficou cego do olho direito e perdeu o pai com oito anos de idade. Frequentou a escola durante quatro meses, quando aprendeu um pouco da leitura e da escrita, e a se apaixonar por poesia.
Ainda menino fazia repentes e se apresentava em festas locais. Recebeu o apelido de Patativa, pois suas poesias eram comparadas com a beleza do canto dessa ave. Foi casado com Belinha, com quem teve nove filhos. Com vinte anos começou a viajar se apresentando em várias cidades. Diversas vezes se apresentou na Rádio Araripe. Em 1964 começou a se projetar em todo o país quando seu poema “Triste Partida”, foi musicado e gravado por Luiz Gonzaga.
Mesmo com um linguajar rude falado pelo povo sertanejo, repleto de erros e mutilações, seus poemas levaram Patativa do Assaré a se projetar em todo o país.
Patativa do Assaré publicou inúmeros folhetos de cordel, viu seus poemas serem publicados em jornais e revista. As obras, “Inspiração Nordestina” (1956), "Cantos da Patativa" (1966), "Canta Lá Que Eu Canto Cá" (1978) e "Aqui Tem Coisa" (1994) reúnem seus poemas. Gravou os LPs “Poemas e Canções” (1979), produzido pelo cantor Fagner, e ”A Terra é Naturá” (1981).
Patativa do Assaré foi um fenômeno da poesia popular nordestina, com temas como o homem sertanejo e sua luta pela vida. Seus poemas foram traduzidos em diversos idiomas e se tornaram tema de estudo na Sorbonne, na cadeira de Literatura Popular Universal. Sem audição e cego, o poeta faleceu no dia 08 de julho de 2002.