Paso
Acredito que almas sejam estrelas, porque além de estarem sempre nos observando, com nós as vendo ou não, são eternas.
Somos todos ignorantes. Seja por falta conhecimento, ou por simplesmente ignorar o que não deveríamos.
Quando não for o mundo ao nosso redor que molde nosso caráter, e sim nós mesmos, responderemos a simples e complexa das perguntas: "Quem é você?"
Atrás da história existe o fato, atrás do fato existe o povo, e atrás do povo existe você. Você? Você, meu caro, é a prova do falso progresso da humanidade. Nunca foi nem será protagonista da história, senão, aqueles que se iludem com ela, como eu, perceberiam que o Homem continua um animal fraco, banal e tedioso.
Então, me apaixono pela noite. Quando a música irrompe a inércia provocada pela impossibilidade de meus olhos serem abertos, me apaixono pela noite. Começo a dançar cegamente a desordem de minhas ideias, como um choque. Elas me contorcem, distorcem, até que se arrancam. Deixam em mim um mal-estar, a paixão pela noite.
Riu-me Hume
A inconsistência
De se comparar
A memória do mar,
Com o verdadeiro
Luar
Sob o cheiro da
Tempestade assim
Seria:
Digna vossa
Histeria
O empoeirar dos anos
Corro eu
A integridade de minha juventude
Caduca,
Num domingo
Às póstumas vésperas do tempo
Brigavam
Por motivações
Embriagados
Corriam contra si
Armados
Da ideologia conectada
Massacrando antigas paixões
Gozavam alto escalão,
Míseros,
Fadados a si mesmos
Abre, surdo
Suas cordas vocais,
Do tempo fugaz,
Que almejaste a paz
Arda na fogueira,
Sua dívida corriqueira,
De abandonar-se a cegueira,
Certeira em seu olhar
Turvo,
Curto
Surto!
Soou o ponteiro das horas,
Vagarosa.
Co-movida por minutos,
Rápidos e abundantes,
Como olhares de segundos,
Terceiros, quartos ou quintos...
Há quem diga dos infernos
Que perpassam-me,
Alimentando o desconhecido e atemporal,
Eu.
XIU!
Tá ouvindo?
São suas memórias.
Gotejando lá fora,
De pingo a pinga,
Nadando todas juntas,
Num mar ácido de saudades.
Corre lá!
Sinta o que um dia foi suor
Escorrendo em sua pele
Ora forte,
Ora garoa.
Nos corredores da loucura,
Abrem-se as portas da louvada sanidade.
Divagar,
Penetra a rotina,
Enrijecendo os que passavam
Correndo, dançando, pensando,
Param.
Agora já não passam,
De uma utopia mal passada
Afundo em olhos perdidos
Encontrando essências
Que se transformam em fissuras
Confluindo
Num mar confuso
De paixões insensatas
Redondamente incertas
Me atraio pelas alegrias repentinas
Daquelas que vão e voltam
E curam a ressaca
Com doses de poesia