paslorens
Já fica fraco, o amor com dor depois de um tempo, se transforma. Já se lembra mais das mágoas, e fica mais fácil. A gente abre o coração e deseja a felicidade bem lá do fundo, pois descobre que a intenção foi reversa; não era dor, era alívio...
Apaixone-se todos os dias, primeiramente de frente pro seu espelho. E que o mundo engula seu ego, e que se foda todo o resto.
Eu não queria flores, chocolates, cartas e nem declarações, eu queria mesmo era sentir, e isso eu já não sei mais.
Era a mais bonita, e já não precisava me expressar, naquele momento em dilema, era só eu te olhar... Desnorteada fiquei, nas veias era visível o pulsar, era seu cheiro que bombeava, algo forte, inenarrável, obscuro e tão claro no exato momento em que veio seus olhos a me encontrar.
Olha que absurdo, ao te ver e sem sentido me encantar, algo sem saber e também já nem vale à pena entender, pra que? Um jogo redobrado, me escondo e te acho, em subliminar deixo meu fascínio e me escondo no mistério do seu ímpeto; vem trazendo com seu sorriso, aquela luz a iluminar, junto com seu cheiro, que me encanta, enquanto mais uma noite sonho em te encontrar, e me pergunto: "e esta noite, quando será?" me perco em pensamentos, que me castiga com o tempo em razão, sem noção de poder me aproximar. E já não basta, já não posso, essa estrela fica longe, e eu? Somente a observar.
Princesinha, é inha mesmo, como uma pérola dentro daquelas conchas escondidas nas rochas dentro do mar.
Difícil de encontrar, difícil de abrir, jóia rara, preciosa, brilhante, esplêndida, és tú... minha pirralhinha, inha, sentada na sua cadeira de palha, ao ver paisagem de frente um rio, sem som, sem ar, ao pôr do sol, já quase sem respirar... Me alegro ao ter e sonhar em vc, com vc, por vc e pra vc; minha triste ilusão em por em prática meu absoluto de ter vc, e onde achar minha pedra preciosa, eis que tenho em minhas mãos, mas já não posso abrir... e o que resta pra mim? É te ter aqui, minha 'inha', pra mim, comigo, assim como um aconchego...
Mantenho comigo e não limito tamanha beleza, ouço um canto de longe, que é o canto da mais linda sereia, e me encanto em ter e não ter ao mesmo tempo sua beleza.
Ao ar de muitos, me falta aos poucos, respiro fundo e sinto o seu mais belo gosto.
E vc permanece ali, sentada na sua cadeira de palhinha, linda, minha 'inha'... alegro-me ao simples fato de poder observar, inha...
Era na verdade, aquela vontade de sentir de novo, sabe quando você assiste um filme romântico e é tão intenso, que você consegue vivenciar tudo aquilo, como em um playback, certo?
Aquelas mãos suadas, o nervosismo de tentar impressionar, o guarda-roupa todo na sua cama na missão de encontrar uma roupa que te deixe mais alto, menos gorda, que te faça aparecer, mas sem chamar atenção; aquele batimento acelerado ao receber um SMS escrito: " Tô saindo"; é disso que estou falando, é isso que preciso sentir agora; imaginar como seria o beijo, as surpresas que poderia fazer para ver aquele sorriso enigmático e ao mesmo tempo tão objetivo; ficar pensando se você realmente iria gostar de me beijar, se lembra do meu cheiro e se sente em paz, pensar se está pensando em mim, ah, eu só queria sentir, e sentir de novo o que por você já não sinto mais.
E se eu me pintasse? É, assim, inteirinho, com uma cor gritante, talvez assim me ouviria? Poderia escalar o mais alto dos penhascos , brotaria na sua frente, seu nome como uma cicatriz, algo enraizado, fluente, exposto, doce; mas aqui estou, meio amargo, sem cor, deslumbre, utópico, mais um... Me tornaria seu sonho, surdo engano, afeto quebrado, dobrado, do beijo que não foi roubado, daquele olhar cabisbaixo, na verdade, desconcertado, a dor de não mostrar que aqui estou pra ser você, ninar você, me tornar o meu melhor, nada além, nada mais, mais do nada. E se eu gritar? Mesmo assim, você não vai me ouvir, mesmo com eco, com gestos, me contento em ser seu resto.
Não são questões exatas as quais quero de você, perfeição demais não traz loucura nos olhos; quero seu avesso nos versos, seu roteiro incerto, seu destino não previsto; aquela mudança de cheiro que combine com meu suéter; meu sabor alimentando seu cardápio, minha frase incerta apimentando seu juízo. Sua loucura mais centrada e seu desejo mais mascavo, seu doce certo de um domingo monótono, seu riso da semana estressante, um ninho, um bom vinho, um lírio, ser seu pergaminho, conseguir chegar bem devagarinho e falar de mansinho, coisas que só eu sei dizer, pra você me dar o nome, um apelido silencioso, trancado no codinome e, em ti reviver, ver e merecer...
Dentre tantas dores
Tantos timbres e cores
Seu alerta me enganou
Que estranho é saber
Que na verdade, não era você
E ter que agradecer por ter sido você
Quem me fez perceber
O que até ontem era tão improvável ao meu ver
Hoje tenho em vida
Um outro tom
Uma outra aquarela
Que não mais destrói
Nem sufoca
Nem domina
Nem regride
Nem lamento
Vivo ao ser de mim,
Que aqui dentro se perdia em ti
E dele, já não crio mais
Sobrevivo em força
Sem ré
Sem dó
Me invento no Solo
Me descubro na pestana
Me realizo sem o que até ontem
Morava aqui.