Paolo Di Paolo
Quando você deixa de ser criança, não percebe. É um sino que toca mais do que o esperado, ou simplesmente o resultado de um verão. Quando você deixa de ser adolescente não, nem mesmo isso você percebe. Você está correndo. Você está prestes a perder um trem. Você está concentrado apenas nessa corrida.
E quando você deixa de ser jovem?
Aí é impossível não notar: uma sucessão de sinais, de advertências, te impele, confirma que o suprimento de benevolência que o tempo e o mundo te destinaram está acabando.
Ame as coisas que se repetem e ame o fato de elas se repetirem. Considere que os hábitos são as muletas da velhice, a única possibilidade de não tropeçar e cair.
Existe realmente alguma coisa que possa deixar rastro nesta eterna confusão do mundo? Uma ação, um gesto humano que pode mudar o curso das coisas? Pode a água de um lago ser abalada pela força de nossos dedos? O tempo de uma única vida humana não permite medir o resultado de uma batalha, mas não é por isso que não faz sentido lutar.