P. Ribeiro
Tantas vezes pensei que te amava demais, tantas vezes acordei mais cedo só pra te ver dormir, tantas vezes pensei em te ligar quando vi algo engraçado na TV, Tantas vezes pensei que por tantos anos seríamos felizes, mas não só de tantas vontades e eu-te-amos vivem duas pessoas. Tantas coisas ainda tenho não digeridas no meu coração, que precisam ser postas pra fora, mas tanto eu quanto você sabemos que não haverá tantos momentos e que no meio de tantos amores fomos apenas mais um por tão pouco tempo.
Um dia vamos nos encontrar por aí, fingir que não nos conhecemos e então, no último instante, iremos nos cumprimentar com um abraço apertado, demorado… e em questão de segundos, lembrar de tudo que passamos. Vou perguntar o porquê da aliança em sua mão esquerda e você meio sem jeito vai me dizer que se casou, teve filhos e mora em uma casa com um quintal bem grande com um cachorro daqueles que sempre quis ter, com aquele cara que conheceu depois de mim. Então vai perguntar como está a minha vida, eu provavelmente vou inventar algumas viagens, novos amores e aventuras; logo após vamos trocar telefones — mas nunca ligar — e perder contato novamente. Mas aposto todas as minhas fichas que em algum momento passará pela cabeça dos dois um flash do que poderia ter acontecido se tivesse dado certo.