P. P. Santos
Coração, frágil,
fraco e incontrolável,
sem se encontrar em algo.
No entanto, está calmo,
dentro do impermeável.
Relutante e apertado,
mas perto de algo.
Entrando o inevitável,
que se esconde em seu braço,
como um aconchego acanhado
que se desprende quando chacoalhado.
O ansioso, em busca do esperançoso.
Anestesiado com rancor,
perdido com amor,
um tanto controlador.
Ó medroso, sem amor,
sempre manipulador
e enganador.
Sobrevivendo no mar com dor.
Afobado, sem amor.
Afogado como um pensador,
que perdeu a razão
ao pensar em seu amor.
Penso, logo sumo
Existo e não sinto
Sinto e me perco
Perco e percebo
O que não acho
Pensamento, desentendido
Inventado no devasso
Corrompido no dissimulado
Contrito na perda
Ao sentimento
Que vem com o azarento,
Rigoroso como o vento,
Insultado e maltratado
Como um teclado
Sem espaço,
Que está descalço,
Ferido ao contato.