P.H.Wolff
Estou cansado dos seres Humanos, de suas ideias e ideologias, de seus achismos, de suas mentiras, de suas traições, de suas falsidades, de sua falta de empatia, falta de amor, egoismo, enfim de tudo que ele representa, e mais cansado ainda de quem inventou isso tudo, essa vida, essas regras, essas leis imutáveis, cansado, agora em mim é tudo cansaço....
Gênesis 1
Versículo 1
No Princípio era o caos absurdo das formas indefinidas,os sentimentos não tinham forma e pairavam sobre as águas do abismo.
O Amor era o único sentimento perfeito e completo,criador de todas as coisas e princípio de tudo,através do amor todos os sentimentos se criaram e tomaram forma.
As trevas estão á espreita e podem nos engolir com suas gargantas de sombras a qualquer momento, enquanto isso escrevemos para cegos.
Existem momentos que beiram a perfeição, momentos em que pensamos que podemos tocar o infinito, nem que seja o infinito da alma de quem nos faz bem.
O pior da tristeza e da monotonia não é quando você sorri para ela, mas quando ela te sorri de volta.
A Religião hoje é um cadáver sobre a qual pairam os abutres, vou dizer novamente, a Religião hoje é um cadáver, carcaça da qual se alimentam os abutres.
Maldito os homens que nascem poetas,
Porque quase sempre precisam viver tristes histórias de Amor.
Bem-aventurados são os homens que nascem poetas,
Pois é através da poesia que eles silenciam seus corações aflitos.
É através da poesia que se consolam.
Este é o meio que Deus usou para confortar aqueles que sofrem por Amor.
Esta é uma sociedade que assassina seus gênios,
Despreza homens talentosos e atira seus poetas em vielas, becos e sarjetas
Dessa cidade tão opaca e escura
Quanto às almas dos Homens que nela Habitam.
Fragmentos III
O que pode se esperar da ignóbil ação humana
A não ser misérias desolações e vergonha?
O que se pode esperar de um poeta?
Que ele salve o mundo com seus versos doentes?
Fragmentos IV
Beijo-te os lábios como aquele que morre...
Desejo teu corpo como o doente deseja a cura...
E assim cremo meus sentimentos no fogo da paixão
E jogo suas cinzas sobre as flores que tem o nome de amor-perfeito.
Vor Dem Sechs
Em meio ao campo santo
Onde os poetas dormem em silêncio imersos em seus sonhos de morte
Vi meu rosto em meio aos crisântemos
Como se tomasse veneno
A angústia me mata por dentro.
Em meio às brumas das horas mortas
Ao Romper de mais um dia agonizante
Quando a luz ainda se esconde
Meu peito se rasga em terror.
Nos intervalos destas horas escuras,
Antes das seis;
Não desperto, desespero.
E os anjos que me guardam apenas contemplam em silêncio
Minha dor
Enquanto ando pelas ruas cobertas de ódio e cimento
Vejo as gárgulas no topo das catedrais
Que me espreitam a cada passo
Com seus olhares de pedra.
O CORVO
Vago por entre os túmulos que me fitam com seus olhos de mármore
Sentindo a chuva que perfura a carne e sangra a alma
Tornando o dia cinza
Reflito assim sobre a morte
Transformo todo vão pensamento ou cada tétrica palavra em sonetos sombrios
E as escrevo com imagens em minha mente
Os homens de outrora vagavam como sonâmbulos
Desprovidos da leveza do espírito
Reclamões, céticos e agnósticos.
Cuspindo discursos doentios nos ouvidos mecânicos da laica classe operária
Agora jazem em silêncio sepultados
Não mais desejam, não mais sussurram, não mais amam, não mais sangram
Silêncio
Consegue ouvir?
Um corvo me olha imóvel sobre as pedras
Olho para as lápides e procuro por homens
Não os vejo
Penso em mim quando eu já não mais existir
Outro alguém procurará por meus olhos?
Desejará ouvir minha voz procurando respostas?
E assim como eu agora só ouvirá uma resposta
Morreu...
Outras Estações
Quando o inverno roubar toda a primavera de seus traços
E o outono varrer todas as alegrias do verão
Sentaremos juntos ás margens do rio da babilônia e choraremos e salmodiaremos o fim das Estações
Com minha Lira cantarei acompanhado por anjos tristonhos em jardins de mármore Negro
Debaixo de uma tempestade de flores mortas
Levar-te-ei até a fonte onde beberemos da água do esquecimento
Depois descansaremos aos pés de carvalhos mais velhos que a morte
Sonharemos com outras estações sobre as quais o mundo nunca ouviu falar
E morreremos juntos sobre um altar de vitrais declamando juras eternas sem medo ou dor
Enquanto uma chuva negra desaba sobre ás cúpulas góticas da catedral do amor.
Muitos ousaram dizer que a era dos poetas havia se extinguido, deveras eu vos digo, ela sempre esteve aí, a visão é um dom gratuito, bem-aventurado aquele que entende o sentido destas palavras.
Ó Senhor quem me dera ter sido um aborto e poupado meus olhos de contemplar a miséria e o mais terrível sofrimento que atormenta este mundo de sombras, por que não me foi tirada a vida ainda no ventre de minha mãe? Por que não morri ao nascer? porque minha mãe me amamentaste e não me deixaste padecer, viver junto aos vermes, não respirar este ar, seria Rei em minha não existência, ó mãe porque me roubaste a morte?