Biografia de Oswald de Andrade

Oswald de Andrade

Oswald de Andrade (1890-1950) foi escritor, poeta e dramaturgo brasileiro, um dos pilares da primeira fase do movimento modernista, juntamente com Mário de Andrade e Manuel Bandeira.

Oswald de Andrade nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. De Família rica, cursa Direito e ingressa na carreira jornalística. Viaja frequentemente à Europa. Funda a revista “O Pirralho”. Em 1917, em sua coluna no Jornal do Comércio defendeu a pintora Anita Malfatti das críticas de Monteiro Lobato.

Oswald de Andrade participou ativamente da Semana de 22. Em 1924, publicou “O Manifesto Pau Brasil”, em 1926 passa a viver com Tarsila do Amaral e formam o casal mais importante para as artes brasileiras, em seu tempo, e funda, na literatura e na pintura o “Movimento Antropofágico”.

Em 1929, está abalado financeiramente em consequência da crise do café. Em 1930, já separado de Tarsila, casa-se com a escritora Patrícia Galvão (Pagu), e ingressa no Partido comunista. Desse período são as obras mais marcadas ideologicamente, como “Manifesto Antropófago”, o romance “Serafim Ponte Grande” e a peça teatral “O Rei da Vela”.

Em seus poemas, procura captar a natureza e as cores próprias do país e flagra igualmente as contradições moderno-primitivas da realidade. Oswald defendia a valorização de nossas origens e de nosso passado, recuperando, parodiando e ironizando nossa história de colonização. Oswald de Andrade faleceu em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.

Acervo: 29 frases e pensamentos de Oswald de Andrade.

Frases e Pensamentos de Oswald de Andrade

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Oswald de Andrade
ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.

Como poucos, eu conheci as lutas e as tempestades. Como poucos, eu amei a palavra liberdade e por ela briguei.

Oswald de Andrade
Andrade, Oswald, Um Homem Sem Profissão, Editora Globo, 2000

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

Oswald de Andrade
ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.

A descoberta

Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.

Oswald de Andrade
ANDRADE, Oswald. Poesias Reunidas, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978

Vício da fala

Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.

Oswald de Andrade
ANDRADE, O. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971