Osvaldo Júnior
Duas coisas que atrapalham muito nossas vidas: crítica falsa ou invejosa, e incapacidade de receber críticas.
Fala que é cristão há décadas, mas ainda não é capaz sequer de dar ou receber uma crítica tão sincera quanto desgostosa?
Minha vida me levou a descobrir que não fui feito só para acreditar, confiar ou aceitar, que também fui feito para pensar, questionar e desconfiar. Entendi que nunca devemos depender muito mais de fé ou de razão, mas sim do equilíbrio entre fé e razão. E não, não é fácil equilibrar isso.
O mais terrível nunca foi aceitar que tem que morrer, mas sim aceitar uma maneira insuportável de viver.
Sorte ou bênção? Tanto faz. Ambas vêm da nossa incerteza. A diferença entre a ideia de sorte e a ideia de bênção é que a sorte vem da incerteza sobre os fatos e a bênção vem do desejo pela divindade.
A paixão é um tipo comum de amor, é o amor mais doce e ao mesmo tempo o mais perigoso que se pode dar e receber.
O problema não é a paixão, ou o amor. O problema é a paixão cega, ou o amor cego. O problema é a falta da razão.
A paixão faz atrair e divertir,
o amor faz perseverar e durar.
A paixão foca no ego e nas semelhanças,
o amor busca o entendimento e a adaptação.
É verdade: diferentes culturas determinam diferentes realidades, mas diferentes realidades também determinam diferentes culturas.
O que não é feito direito, perde a graça para mim. Na ausência de ambição, qualquer coisa fica menos interessante. Desculpe-me, mas sempre senti que fui feito para ser mas intenso do que o senso comum prega.
Não pretendo te proibir de fazer o que realmente pensa que é o certo ou o justo. Pretendo apenas te proibir de me proibir de fazer o mesmo.
Exilar-se do mundo caótico por um tempo, respirar melhor, ler mais, e pensar no que não está acostumado, de preferência em sua solidão, até tirar uma nova conclusão, e uma nova solução, isso também é uma forma de meditação.
Não me diga apenas que um mais um nunca é dois, se sequer tivestes coragem de viver de acordo com essa afirmação.
Quando ainda carecemos do conhecimento certo, ainda podemos acabar sendo induzidos pelas mentiras dos nossos inimigos secretos.
Se tiver tempo, desafie-se em algum tipo de arte. Porque a arte também movimenta a mente, e testa a sua inteligência de diversas maneiras, em especial quando você tiver que lidar com a vaidade sua e dos seus críticos, e com o desafio de fazer melhor. E não, não precisa ter o 'dom'.
Sua fé tem razão? Claro que tem. Tudo existe por alguma razão, certo? Não conseguimos provar que algo existe sem razão alguma, conseguimos?
Aquilo que fez boa parte da minha sofrida alma se encher de desilusões, e se derramar na forma de inquietadoras palavras... aquilo é uma alquimia complexa: tem amor, empatia, desejo, luta por valor, vontade de potência, e coisas ainda não rotuladas.
Muitas vezes eu quis acreditar, ou confiar, e não consegui. Outras vezes, quis muito desacreditar, ou desconfiar, mas acreditei e confiei... A confiança e a desconfiança, cada uma fornece o seu risco. Portanto, sempre confie desconfiando, inclusive de si mesmo.
Felicidade não é prazer. Existe prazer na felicidade, mas não há felicidade no prazer. Prazer é coisa menor — é um simples sentimento —, felicidade é coisa maior, muito maior — é feita de poder, de paz, de força, de capacidades, de realizações, de conquistas, de beleza, de vitórias, de satisfação, e claro, de prazeres. Viver em busca de felicidade, isso costuma significar viver de maneira bem arriscada.
Toda vez que nos impedem de debater sobre aquelas duras verdades da vida que as pessoas ainda desconhecem, e que a maioria tem medo de saber, já estão nos fazendo o mal.
Uma das coisas mais difíceis desta vida é quebrar a profunda convicção daquele indivíduo que a natureza criou justamente para ser o seu adversário.
Sentir-se chateado com isso ou com aquilo, isso não é escolha, mas é consequência do que você pôde pensar e entender ao longo do tempo.