Orna Donath
A maternidade não é um projeto privado. É sempre, infinita e exaustivamente, pública.
Uma mulher, depois de ter um filho, renuncia a muitas coisas às quais um homem não renuncia.
Sabemos que a maternidade pode ser para as mulheres a relação que lhes permite experimentar, como nenhuma outra, sentimentos de realização, alegria, amor, conforto, orgulho e satisfação. Sabemos que a maternidade pode ser ao mesmo tempo uma arena saturada de tensões e ambivalência capaz de gerar impotência, frustração, culpa, vergonha, raiva, hostilidade e decepção.
Ainda relutamos em admitir que a maternidade – como tantos outros domínios de nossa vida com os quais estamos comprometidos, sofremos e nos importamos, e que, portanto, nos fazem desejar voltar atrás e fazer tudo diferente – também está sujeita ao arrependimento.