Oliveira.F.T.

IMPRESSÕES DE MAIO
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AS pétalas caem como um banjo,
Um violão, um som vazio,
Lembrando a queda de um anjo
Na foz vertente de um rio.
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Um silvo escapa pelas costas
Que a gente ouve sem saber
Que a foz e rio são opostas
À direção que se quer ter.
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A tarde suave, um fio imenso
Recolhe as pétalas da aurora
Não gosto nada do que penso
Nem penso em nada nessa hora.

IMPRESSÕES DE JULHO
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Frio! Tudo constantemente frio
É assim que o dia me parece
Não há mais chuvas, nem estio,
Tudo que sei - tudo que esquece.
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Festas de julho, sem folguedos
Sem o amarelo dos balões
Sem transeuntes, sem brinquedos
no canto ausente dos salões.
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É tudo assim, me diz se não,
A noite alta se assemelha
Às serenatas sem paixão
De um coração que se ajoelha.