Olindo Santana
Que me toque teu olhar...
tua vida... tuas mãos...
E me encha de felicidade
o meu triste coração.
Que me venham o teus lábios,
teu sorriso de manhã.
Venha tua malícia... tua sedução...
ardendo em beijos de hortelã.
Só não quero tuas lágrimas,
nem desejos que as tenha.
Quero teu fogo em brasa,
igual o fogo que devora a lenha.
Por que será que o teu olhar
tem o poder de me sondar,
de examinar meu coração,
de dizer sim, de dizer não,
de tomar contar de mim.
Por que será que me despiu,
e descobriu minhas fraquezas,
e não há outro olhar que eu veja,
que assim também tão belo seja,
quando me toca, quando me beija...
Por que de mim se encantou,
e me levou pra esse mundo,
onde vivendo hipnotizado,
pareço permanecer parado,
mas só estou apaixonado!
Todo dia é um milagre,
que nos doa de presente,
o dom, a satisfação de poder caminhar...
Que nos permite encontrar na própria vida,
o encanto, a alegria, o deslumbre de viver.
É egoísmo não aceitar que às vezes,
o dia trava, o caminho desanda,
que a gente não fica " bacana "...
Paciência,
é a mista compensação,
talvez para nos mostrar,
que precisamos valorizar mais,
merecer mais...
Afinal, a vida é tão maravilhosa,
que a alegria compensa em muito a dor.
Sejamos compreensivos e pacientes,
afinal, quantas vezes deixamos de agradecer...
... E depois que a chuva passar,
ouça em silêncio a esperança chegando,
lembre-se que por trás do meu rosto,
triste e envelhecido,
há um coração de criança, te amando...
Sé é pra ser loucura,
que seja então uma bela loucura,
que faça bem ao coração,
que nos encha de ternura,
que nos faça perder a noção,
mas nos leve as alturas,
porque viver sonhando,
descalço, com os pés no chão,
não é tão boa ilusão.
Bom é andar nas nuvens,
sorrindo de felicidade,
gritando para o mundo inteiro,
que há uma nova realidade!
Seja feliz!
Quem sabe o que o amanhã pode fazer por nós,
sei que agora, o vento que sopra lá fora,
avisa que vem tempestade,
e que não há saudade,
capaz de consertar,
o estrago que ela faz!
Quando bebo em teus lábios,
o sonho de esperança,
que tens no coração guardado,
e ouço a tua doce canção,
nos teus suspiros,
quase desmaiados:
de encanto e de amor...
Sinto-me tão em paz,
tão profundamente realizado,
que nem sei se sou merecedor,
de receber tanta felicidade,
que tu, minha linda flor,
me concede com tanta generosidade!
Quero vestir todos os dias,
o teu sorriso,
o teu silêncio
e a tua paz,
que me arrancou da minha agonia!
Faço força pra viver muita a vontade,
meus momentos sossegados,
meus instantes de calor.
Faço força pra viver despreocupado,
meus momentos esperados,
só de paz e de amor.
Esqueço o mundo e deixo tudo acontecer,
só me importa eu e você,
temos sonhos pra viver.
Nosso cantinho, nosso ninho tão sagrado,
meu amor, sou um felizardo,
por te ter sempre ao meu lado.
Assim o tempo vai passando e a gente vai,
até desliza, mas não cai,
porque no amor somos iguais.
Advinha-me e conquista-me,
e em silêncio traze-me gestos suaves,
porque não preciso de palavras,
como preciso dos teus abraços,
do teu carinho, da tua atenção...
Viaja pelos meus pensamentos,
ler meus sentimentos,
deixe que a minha insegurança
repouse no teu colo,
preciso de você agora,
precisei ontem,
e precisarei sempre,
enchendo-me de felicidade,
para que no teu repouso,
repouse minha ansiedade...
Adoração
Essa pessoa que te escreve,
conseguiu fazer dos versos,
uma canção.
Pra te mostrar como te ama.
Pra te provar
sua adoração.
Vento
Sou vento,
em teus movimentos,
no ar de teus acenos,
em plena rotação,
ou girando ao teu redor.
Sou ventania ou brisa,
forte enquanto agoniza,
distante do teu olhar.
Suave se te aproximas,
molhando-me os lábios
a me beijar.
Sou capaz de te dar energia,
também de me eletrizar,
com o toque das tuas mãos,
no atrito quente da paixão,
que só o teu corpo me dá.
Cercas
Cerca-me a vida com suas plantas espinhosas,
são cercas vivas, às vezes frias e desumanas,
que faz distante, o que me espia pelo ombro,
e inimigo, o falso amigo que me engana.
Essa muralha que a falsa cara me sorri,
erva daninha que se plantou pelo caminho,
talvez, de tão desligado, ou desatento,eu não vi,
porque sorria, mas não me tinha nenhum carinho.
Não houvesse cercas que escondesse o coração.
Fosse visível o sentimento e a intenção,
quem sabe então, todas pessoas que nos metem,
se delatassem por fingirem o que não sentem.
Aí então, a minha mão aberta pela janela ( aberta )
tocaria a do vizinho ( e da vizinha ), sem cerca nela.
Canção e Primavera
Tem uma canção que fiz pra ela,
ah! quem me dera a primavera,
por mim cantasse esse amor.
Com as suas flores perfumadas,
oferecendo pra minha amada,
o que o meu coração calou.
É que eu sou tão desafinado,
e quando estou emocionado,
gaguejo mudo de temor.
Mas se o desabrochar de primavera,
encanta tanto os olhos dela,
quem sabe perfumando a canção,
ao sons das cores a florir,
o meu amor,
minha canção quisesse ouvir,
olhando pros meus olhos a sorrir.
A Dor e não o Amor
Dizem que de amor se morre,
mata-me a dor e não o amor.
Quanto mais amo,
mais vivo estou,
e como amo
para viver o amor.
O sonho não passou,
passaram foi os dias, a noites,
até as coisas que amei.
Umas me machucaram,
outras machuquei,
umas me perderam,
outras não ganhei.
Os sonhos continuam aqui.
Amadurecidos,
resguardados do pesadelo,
não esquecidos nem com medo:
com uma dose de prudência,
e talvez uma certa carência...
enferrujados pela aventura proibida,
ou pela pouca bebida entorpecendo os sentidos.
Mas vão me embalando adormecido,
permitindo, sendo proibido,
afinal, são as cores da vida,
e o poema da alma.
O estímulo da caminhada,
sem o qual ou os quais,
a vida não seria nada.
Não há tempo para a razão
quando o desejo queima
vorazmente o coração.
Não há como ser sensato,
se o beijo tão aguardado,
arde-lhe em fogo e paixão.
Não há quem o diga não,
sendo a tudo indiferente,
em tanta chama presente.
Eu te quero para mim,
e não quero de um jeito qualquer.
Eu te quero mulher,
se é que outra mulher
é capaz de saber como é.
Eu te quero em tua fonte,
onde brota tua seiva,
de onde nascem os anjos,
onde prendes o tempo
e congela meu sangue...
Não dar pra evitar meu desejo,
não posso negar que te vejo,
não dar pra enganar minha boca,
haverá outra boca...
Mas não são os teus beijos!
Desmaiei um segundo, foi tão rápido e tão breve,
teu olhar e o meu mundo, duas almas mais leves,
um encanto de encontro, sob o céu e a névoa...
Imagino o amanhã, e o agora perdido,
imagino um segundo, sem você na minha vida,
imagino a tristeza de sentir proibido
o sabor dos teus beijos
que eu não sei, só acredito.
Imagino... imagino...
E quem não imagina?
Ah, meu Deus, não duvido,
se não fosses miragem,
roubarias a minha vida!
Se eu pudesse um dia,
ver nos olhos o que vejo,
onde iria minha alma,
quando o espírito deseja,
onde iriam meus lábios,
se deixassem teus beijos!
Dos teus olhos não sei,
pouco ouvi pra dizer,
mas me atrevo a coragem,
mesmo sem conhecer,
de ancorar nesse mar,
nela bela paisagem,
que já quer me prender.
De sentir sua fúria,
de nadar ou morrer,
de ficar à deriva,
sem lutar, sem temer
o perigo que abrigas
nas loucuras profundas
que se escondem em você.