O Labirinto do Fauno

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A Rosa da Imortalidade

Há muitos e muitos anos, em um lugar longínquo e triste, havia uma montanha enorme de pedras negras e ásperas. Ao cair da tarde, floria, todas as noites, uma rosa que conferia imortalidade. Mas ninguém ousava se aproximar dela, pois seus muitos espinhos eram venenosos. Entre os homens falava-se mais sobre o medo da morte e da dor e nunca sobre a promessa de imortalidade. E, todas as tardes, a rosa murchava incapaz de conceder sua dádiva a ninguém, esquecida e perdida no topo da montanha fria e escura, sozinha até o fim dos tempos.

Dizem que há muito, muito tempo no mundo subterrâneo, onde não existem nem a mentira, nem a dor, vivia uma princesa que sonhava com o mundo dos humanos. Ela sonhava com o céu azul, a brisa suave e o sol brilhante. Um dia, enganando toda a vigilância a princesa escapou. Uma vez no exterior a luz do sol a cegou e apagou de sua memória qualquer indício do passado. A princesa esqueceu quem era e de onde vinha e seu corpo sofreu com o frio, a doença e a dor. E com o passar dos anos ela morreu.

Entretanto, seu pai, o rei, sabia que a alma da princesa regressaria, talvez em outro corpo, ou outro tempo e lugar, e ele a esperaria até seu último suspiro, até que o mundo deixasse de girar…

Ela deixou para trás pequenos traços de sua passagem na Terra, visíveis apenas para aqueles que sabem onde olhar.

Obedecer por obedecer, sem pensar, é para homens como o senhor, capitão.

A inocência tem um poder que o mal não pode imaginar.

Eu tive tantos nomes. Nomes antigos que só o vento e as árvores podem pronunciar. Eu sou a montanha, a floresta e a terra. Eu sou... Eu sou um fauno.

Você está ficando mais velha e verá que a vida não é como os seus contos de fadas. O mundo é um lugar cruel. E você vai aprender isso, mesmo que machuque.

⁠O amor mata de várias maneiras.

O Labirinto do Fauno
Funke, Cornelia; Toro, Guillermo del. O labirinto do fauno. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2019.