Norma Villares
Cara pálidas! Esse ensinamento do índio, fala do encontro de um caminho com o coração, de experimentar uma trilha que nos transcenda e, nos toque no centro do nosso ser. Fazê-lo é encontrar um caminho de prática que permite viver no mundo plenamente à partir do nosso coração. E somente o caminhante pode saber qual é o caminho do coração. Ninguém pode definir pra nós qual deveria ser o nosso caminho, pelo contrário, devemos deixar que o mistério e a beleza dessa pergunta ressoem dentro do nosso ser. Então em qualquer lugar dentro de nós, surgirá a resposta e a compreensão vai aflorar. Se aquietarmos e ouvirmos profundamente, mesmo que por um só momento, saberemos se estamos seguindo um caminho com o coração.
Quando lhe perguntamos sobre o nosso caminho atual, precisamos observar os valores pelos quais escolhemos viver. Onde empregamos o nosso tempo, nossa força, a nossa criatividade, o nosso amor? Precisamos olhar nossa vida sem sentimentalismo, exageros ou idealismo. Aquilo que estamos escolhendo reflete aquilo que estamos valorizando mais profundamente.
Eu fiz essa 'meditação com coração' e reflexionei profundamente sobre algumas vivências minhas. Uma experiência especial ficou marcada: Nas duas últimas semanas em que minha mãe fez a passagem, ela houvera caído no banheiro e foi hospitalizada. Então eu passei a tarde toda no hospital e comecei cantar músicas animadas pra ela, como ela era musicista acompanhava toda sorridente. Quando médico chegou, elogiou muito a alegria das cantantes. E eu disse para o médico que ela era a melhor mãe do mundo, ela chorou e disse que eu era a melhor filha do mundo. Ao terminar essa meditação, eu pude acessar a bondade presente naquele ato de 'cantar' que contagiou nós duas. Era verdadeiramente o 'caminho do coração'.
Esse 'caminho do coração' é para ser aplicado e questionado cotidianamente, construindo a maturidade espiritual. Deve tornar-se uma chave sonora para acordar o ser adormecido mentalmente, pois o coração é intuitivo, dizem que é um caminho femenino, por isso ele tem uma leveza e uma suavidade impar.
Para Dom Juan Matus, sempre há dois caminhos: o caminho do ego e do self; da simplicidade e a complexidade; da fragmentação e da inteireza; da confusão e da harmonia; da sombra e da luz; do bem e do mal. Hás caminhos que gastamos energias infinitas e outros são levíssimos.
Para Roberto Crema, nenhum está errado, todo caminho leva a algum lugar, pois as experiências vividas são elementos basilares para a maturidade. Mas, somente um tem o coração, esse é o segredo.
Confúcio ensinava 'vá onde está o seu coração'. Siga em frente, não crie obstáculos para chegar ao seu coração, admitido que a bondade e o amor genuino podem brilhar livremente a partir de nosso coração. Permitindo que o sabor a bondade impregne nossa vida.