Nero para Rômulo. ''O amor para com Sabina'' Capítulo XX
Nero - Para desposar-te-ás tu terás que me reivindicar sua honestidade, o que me diz?
Rômulo - É de grande atitude um homem fazer de tudo por sua amada. Vejas bem, Majestade, cá estou eu como apenas um mero camponês, que outrora em descender de pais pobres, me edifiquei nas artes dos campos, não tenho muito além de minha honestidade para oferecer, e tão pouco ela para reivindicar, pois és o pouco que tenho, e valorizo o que tenho por posse.
Nero - Então eu não aceito. Não posso deixar um homem honesto se casar com minha filha.
Rômulo desajeitado, confuso, questiona o imperador:
Rômulo - Não entendo, Majestade, o que há de malícioso na honestidade de um homem bom?
Nero - Não há nada de errado na honestidade, mas você precisa escolher, você pode ficar com minha filha, ou com a honestidade. O que você escolhe?
Rômulo - Amo sua filha, mas meu amor não significaria nada sem minha honestidade.
Nero - Então façamos assim, eu como teu Senhor, te lançarei muitas sementes ao campo, e tu colherás muito, pelas graças de Perséfone, haverá fartura em tuas plantações, e os gados de seus domínios hão de gerar filhos.
Rômulo - Então, me concederia riquezas se eu me opuser ao desejo de me casar com sua renomada?
Nero - Sim, mas caso se recuse em aceitar minha fartura, então lhe concederei a mão de minha filha. Todavia, aqui jaz uma maldição para aqueles que abdicam mão da honestidade;
Maldito serás tu na cidade, e maldito serás tu no campo.
Maldito o fruto de teu ventre, e o fruto de tua terra, as crias das tuas vacas, e das tuas ovelhas.
Cairás sobre ti confusão, e a derrota em tudo que puseres tuas mãos.
Cairá sobre tu chuva, de poeira e pó, pois sobre tua cabeça, haverá o céu feito de bronze, e abaixo de teus pés, a terra em ferro.
Tu cairás diante de teus inimigos, haverá por ele seu caminho, e em outros sete caminhos, tu fugirás da multidão.
Desposar-te irás com minha filha, porém outro homem dormirá com ela, tu terás uma casa, mas nela não morarás.
Terá filhos, mas eles não serão seus.
Então o imperador Nero, não obstante, apoia-se sua mão direita em ombro de Rômulo, olhando firmemente em seus olhos, o mesmo lhe questiona ''Ainda desejas a mão de minha filha?'' - Rômulo, inquieto e deturpado com as palavras de Nero, se afasta-se do mesmo, com um olhar desperançosamente trêmulo.
Rômulo - Desculpe-me Majestade, preciso ir agora, eu ficarei com minha honestidade.
Rômulo se retira então de sua conversa com o imperador.
Nero - Eu não disse, querida? Todos esses homens desejarão o ouro que eu oferecer, na primeira oportunidade que haver, descartarão a ideia de ama-la.
Sabina (filha de Nero) - Você é um grande mentiroso, disse todas aquelas coisas para ele para que pudesse ter medo de ficar comigo, não é justo.
Nero - Justo ou não, eu não aceitaria um homem indisposto a enfrentar o medo por você.
Sabina - Um dia você terá que aceitar que eu irei me apaixonar, e não mais serei de seu controle.
Nero - Perdoe-me, minha filha, mas você sempre será minha garotinha.