Nathanna Alves
Estou indo embora. Olha que doido o paralelismo: como já cansei de escrever, estou cansada. Não aguento nem ler meus próprios textos, porque em todos eles estão escritas as mesmas palavras de diversas maneiras: Eu te amo. Mas chegou a hora de partir e dizer adeus a esse amor. Negro amor, eu diria.
Alguém que não te quer, inevitavelmente, vai ocupar o meu lugar. E nada nessa galáxia vai fazer com que seja diferente. Me resta aceitar. Muito além do que eu sinto, paira a grande verdade: não vou tirar mais nada de você, mesmo que eu ainda tenha o mundo todo pra te dar.
Prefira alguém que goste de estar com você, mesmo não estando apaixonado.
Alguém que faça, a cada dia, uma nova descoberta.
Com o tempo, aprendi a interpretar o silêncio - talvez porque eu tenha passado muito tempo calada também. Sei quando a ausência de palavras significa raiva, desespero ou indiferença; sei quando significa cansaço, vontade ou reflexão. O silêncio sempre quer dizer alguma coisa, só não sabe como. O teu silêncio me disse tudo, mesmo que você não tenha me dito nada.