Natan Wegner
Quer saber a verdade? Eu tô ligando sim. Tô ligando mesmo!
Ligando pra todo mundo, dizendo o quanto estou renovado, o quanto estou limpo, o quanto estou motivado.
Quero novas aventuras. Acordar de manhã no meio do nada, e por alguns segundos, não ter a mínima noção de estou. Sair costurando rodovias Brasil à fora e não ter destino de chegada, e nem data pra voltar.
Quero aproveitar, tudo o que de bom, a vida tem para nos oferecer, e que esteve comigo certo tempo, mas deixei escapar. Quero tudo isso. Quero meus amigos. Sim, meus Amigos! Amigos, entenderam? A-M-I-G-O-S. Espero não estar pedindo muito.
Sem mais... Ponto Final, nesse fim.
Ando sozinho, por vielas escuras. Pensamentos à mil. Cabeça no espaço. Tudo muito confuso, ridículamente confuso. Que venha em paz os dias que vierem, senão, já nem sei mais...
Como uma flor, que desabroxa quando chega o inverno
Como um atleta, que chegando ao fim de sua maratona, é obrigado a desistir, devido ao cansaço
Como um pássaro, que sai pra buscar alimento para seus filhotes, e ao chegar em seu ninho não os encontra
Como uma árvore, quando, no momento em que é cortada, fica sem qualquer tipo de reação
Como uma formiga, que trabalha tanto no verão, e é levada pela chuva no inverno
Como um cantor, que depois de anos de profissão, perde o dom da voz
Como um cavalo, que depois de anos de serviços prestados, é deixado de lado pelo dono
Assim sou, que sem você, fico desolado... sem rumo. Volta pra mim, Bob, meu cãozinho querido!
Em terra de Jorge Benjor, Renato Russo, Humberto Gessinger e tantos outros, ouvir 'Camaro Amarelo' é, no mínimo, desanimador...
Às vezes eu acho que sou diferente de todos os outros homens. Eu não preciso do que eles precisam, só me satisfaz o que eu acho que é necessário.
Dizem que um homem à beira da morte, vê toda a sua vida passar como um filme. Preciosismo excessivo ou exagero compulsivo? O certo é que nem uma super-produção
de Hollywood conseguiria expressar em sentimentos, ao menos um terço de uma vida. Os seios fartos de mamãe, que eram o bem mais precioso, quando recém-nascido. O primeiro passo. A primeira palavra. O primeiro dia de aula no primário. Coisas que, em seus turbinados momentos, eram os mais valiosos pra si. Como expressar uma segunda-feira de febre, sem ir à aula? Como expressar a alegria de cada réveillon, na verdade, de cada ano vencido? Como expressar a conclusão do ensino médio? E o ingresso na faculdade? A formação, primeiro emprego... E, depois de tantas emoções... tristezas, que são descrições descartáveis, vem um desavisado e afirma que tudo isso pode ser expresso em segundos, à beira da morte. Quanta hipocrisia, quanta falta de compromisso com a vida. Bom mesmo é não precisar vê-la em segundos, em flashes, e sim, em emoções. Vivendo! Sendo.
Eu quero mais segundas de folga
Mais terças de brincadeira
Quartas sem futebol
Eu quero mais quintas sem feira
Sextas, sábados e domingos sem memória.
Aí a gente percebe que tá faltando algo.
E a gente sabe o que é.
E também sabe que já não dá mais...
Se sou, se não sou. Se vou ser, se não vou ser. Se tenho, se não tenho. Se posso, se não posso.
Sociedade medíocre!
Adoro seu beijo em minha boca
Adoro seu cheiro em minha roupa
Adoro seu cabelo em devaneio
Adoro seu caminhar pelo estreito
Adoro suas tiranias sacanas
Adoro seus trejeitos costumeiros
Adoro suas gírias tribalistas
Adoro seus sorrisos inteiros
Adoro seus olhos brilhando
À me pedir um abraço
Querendo ocupar, junto a meu corpo
O pequeno e mesmo espaço
Levanta essa cabeça, apruma essa alma, a vida é mais que isso, Zé! Não se abata pelas derrotas, elas são parte das tuas conquistas. Mas, não se congratule demais pelas vitórias, isso atrai derrotas. Vai! Luta! Não Desiste! Você pode! Você sabe que pode. E isso, é mais importante que qualquer forma de tristeza, desconforto ou infelicidade. Aliás, essa tal felicidade existe sim, Zé, não se iluda com o pessimismo alheio. Só tome muito cuidado, ela é tão simples, que talvez você não a sinta chegar, e se lamente depois. Não se lamente, Zé. Vivendo do passado, lamentando o trágico, esquecerá seu presente. Abre o olho, Zé, não deixem que te derrubem assim, ninguém tem esse direito sobre você. Viva, Zé! Viva...
E daí que o sol ainda não nasceu? Também sei enxergar no escuro, se quiser.
E daí que a chuva não parou? Adoro caminhar entre gotas d'água.
E daí que ainda não dormi? Eu não tenho tempo a perder.
E daí que ainda não cheguei onde quero? Eu não tenho pressa.
Eu amo o que é belo, o que brilha, e o que faz apaixonar-me.
Eu amo o que me prende, que me faz girar em torno de sua áurea magistral.
E não importa se não gostaram de minha música.
E não importa se a crítica detonou minha peça teatral.
E não importa se minha monografia se perdeu junto com meu pen drive na bebedeira de ontem à noite.
E de que importa se ninguém curtiu minha última poesia? Eu a escrevi pra mim, só expus um pouco de arte aos próximos.
De que importa os tantos tolos andantes, variantes e em pleno devaneio, criticando e rasgando tudo que lhe é alheio?
Com o foda-se desligado, não dá pra viver! Ah, mas não dá mesmo!
"Agora é a hora que eu te falo, Zé: Eu avisei! Achou que eu tava de brincadeira, e tudo que aconteceu foi exatamente o que te alertei. Olha só como você tá! Revigorado. Com um semblante maravilhoso. Feliz! É isso aí Zé, é assim que se vive, com a cabeça erguida, com alma limpa e livre de problemas e dúvidas. Mas, calma, Zé. Isso também passa. Não se acomode! Continue lutando, buscando o que quer, sei muito bem que você ainda quer muito. Se ligue bem nessas pedrinhas pequenas, elas também podem te desequilibrar. Bora, Zé? Que agora a gente tá no mesmo barco, e não tô afim de vê-lo afundando."
"Hoje o dia amanheceu mais triste. Sem motivo aparente. Sem explicação. Hoje, de tão infeliz, até parece que o sol acordou com a preguiça de uma ressaca. Até parece que quando ele se for, nem estrelas, com tanto brilho, aparecerão.
Mas quem sabe amanhã, todas as flechas de luz se voltem para o caminho de onde nunca deviam ter saído. Quem sabe amanhã, eu acorde ainda mais cedo, e tente tudo de novo, com mais vigor e vontade.
Mas, já tá decidido! Hoje eu não fico triste. Não mesmo. Nem hoje, nem todos os outros dias que virão. Não vou aceitar nenhum tipo de sentimento que não seja fantástico. É uma questão de respeito. Comigo mesmo, e com meu coração."
Pela cor e o brilho dos seus olhos, dá pra ver que não consegue enxergar nada, a não ser minha imagem, refletida nos seus pensamentos mais sacanas.
Pelo seu andar, dá pra enxergar que tá difícil caminhar sem minhas mãos pra te guiar. Sem meu carinho pra te relaxar, sem meu calor pra lhe tirar do frio, que entra pela porta que você deixou aberta ao sair.
Mas, calma! Eu tô voltando. Pra te fazer aguentar meu mau-humor de manhã, minhas piadas, que de tão sem graça, nos faz chorar de rir. Te fazer aguentar minhas bebedeiras, que de tão sadias, me tiram da depressão. Ou, minhas frases de efeito, sempre com um gole de humor. Ou, o meu egocentrismo sádico, que eu sei que você odeia, mas faço questão de te fazer odiar cada vez mais.
Eu tô voltando! Mas, não se iluda. Eu sou meio assim, de lua, às vezes durmo em casa, às vezes na rua. E depois, quando o sol da manhã entrar pela sua janela, com certeza eu já fui embora. É meu jeito, não tem jeito, não dá pra mudar, e você sabe disso. Mas até parece que gosta, apesar de não te fazer bem.
Na verdade, eu não sei bem porque nunca escrevi nada pra você. Tive mil e um motivos pra te escrever uma canção, uma poesia ou algum texto que te fizesse emocionar-se. Ou não. Já escrevi textos e poesias pra pessoas que mereceram muito menos, mas pra você, incrível, ainda não havia conseguido. Mas, agora, pode se orgulhar de ter um. E, um dia, eu sei e você também sabe, que é só isso o que você vai ter. Mas, já vai ser o suficiente, e até um pouco mais que isso. Quando se cansar. E for embora antes de mim."
Peço-te toda sinceridade
Peço-te todo seu perdão
Só não me deixe sem o que me dá
Não consigo ir sozinho, sem suas mãos
Aprendi com as manhãs
Que tudo se renova a cada dia
Aprendi com o entardecer
Que a fúria também se vai com o sol
Mas ainda não compreendi
O porque de tanta complexidade
Se eu ainda ando pelas mesmas ruas
Percorrendo a mesma cidade
Calma, tudo há de se resolver
As derrotas estão sempre aí
Pra te ensinar, acima de tudo
A não deixar de vencer
Vem comigo, e deixa tudo de lado
Vou te ensinar o que há de melhor
Nessa vida corriqueira
E te mostrar que, sozinhos
A vida é muito mais passageira
Você controla suas ações
Sua vida, e o que julga certo
Você controla seu nariz
Seus passos e quem tem por perto
Mas seus sonhos
Ah! Os sonhos...
Esses são incontroláveis!
Aconteceu que eu já não possuía minha pouca idade
Mas, ainda entendia o mundo com o olhar de uma bela criança
Demorou pra compreender tudo de uma maneira ampla
Não entendia porque tanta pancada.
Aconteceu que, de tantos tombos, aprendi a derrubar
Nocaute atrás de nocaute, um leão por dia.
Aconteceu que o tempo passou tão depressa
Que eu me imaginava com o mesmo físico de outrora.
Mas, chorar não é solução. Aconteceu, acontece e sempre acontecerá!
Tenho desejos infinitos com uma mulher
Faço dos seus defeitos, um empecilho qualquer
Te jogo as fichas
Só pra entender o porque do garfo, e não colher
E o que importa se for sopa?
Eu só quero voce por inteira
Com todos os riscos
Mas sem roupa
queria ter braços tão longos, que com eles pudesse abraçar o mundo
queria ter pés menores, para medir melhor os caminhos
queria um oceano inteiro só para mim
queria nós dois, agora, agarradinhos
queria ter pernas tão grandes, que com elas pudesse pular seus obstáculos
queria poder parar o tempo, de vez quando
queria morar nesse seu beijo
queria saber onde nossos santos andam se encontrando
também queria que perdêssemos o medo
de se curtir um pouco à cada dia
esquecer desse papinho que ainda é cedo
para fazer de nós dois, o que só o amor poderia