Natan Henriques

As suas palavras foram bonitas, mas nunca foram além.

Perguntaram sobre saudade, e por pouco não saio falando o seu nome pelos quatro cantos.

O céu mudou muitas vezes hoje. Uma hora límpido, noutra cheio de nuvens. O céu parece demais comigo.

Quero viver sem saudade,
sem distância,
sem talvez.

De vez em quando é difícil o dia amanhecer. Não eu, porque eu mal durmo. Falo do dia mesmo, do momento em que se diz: agora sim tudo começou! Tem dia que parece que não começa nunca, entende? E por mais esforço que se carregue na mão e passos que se dê pela vida, há dias que parecem feitos apenas para passarem, não para acontecerem. E no fim do dia a gente volta para a cama com a velha sensação de que faltou algo. Mas é normal, não é? Há sempre um ‘’algo’’ faltando; há sempre um motivo para o dia se esconder.

O jeito é enfiar as mágoas no bolso e seguir em frente.

Eu sou como um relógio parado, sem bateria, que não move mais os ponteiros. Eu sou algo que ficou, ninguém quis levar.

Mas ele simplesmente cansou de ser doce, com quem era amargo.