Natália Quintilhano
Percorri entre os espinhos,
Para alcançar o brio
Encontrei rosas, irmãos
Fortaleci minhas raízes
Despi a ignorância
Edifiquei-me,
Tornei-me
Lar.
E a cada dia um novo começo,
Em meio a tantos desvaneios
Que a vida lhe dá,
De encontro com eu interior
O contato com a cura e a dor.
Renasço, recrio, reconstruo
Para um recomeço
A qual eu desconheço,
Mas conheço a necessidade
De evoluir-me com resiliência.
Com está certeza caminho
Para a resistência,
Onde habita a persistência,
Edificando-me à sabedoria
Reescrevo uma nova vida.
- Recomeçar
Para ser um poeta, basta a dor
Para ser um poeta, basta o desamor
Para ser um poeta, basta o ar
Para ser um poeta, basta amar.
Uma bolsa pequena, e uma garrafa de água
eu vou viajar, pelo mundo conhecer
a crueldade oculta na humanidade,
Mas nada era tão bom quanto teu coração
a ternura em teu olhar, vejo então aflição no teu pensar
Em minha ingenuidade, desconhecia aquele cogitar
e que hoje, mal posso suportar, pensar. ´
- Mãe,cresci
Poeta é aquele que dá sentido
Lê com emoção, admira sem precisão
Sofre, chora, alegra-se em sua compreensão.
Eu sou apenas uma mera coincidência
Esvazio-me nas letras
Escrevo da vida, à minha maneira.
Desejei por dias aprisionar-te
sonhei, delirei, desvaneci.
Acreditei no que aspirei não acreditar.
Projetei na ignorância de que podia controlar.
E por certo a natureza quis me avisar
que uma borboleta não se pode aprisionar,
pois até em seus ciclos metamorfoses há.
Como hei de controlar ? Sufoquei-me por não aceitar.
Mas, resgatei no verbo esperançar
quando livre entendi o seu voar,
e agora sei que o céu é teu lar.
Talvez um dia na minha vida possa pousar.
Sejamos mulheres independentes!
Autonomia é o primeiro princípio, no qual a liberdade reina em nossa essência.
Na essência, minha liberdade canta,
Como sereia encanta, livre ama.
Ama teu próprio reflexo no mar.
Desejei não viver dias como esses,
Na ingenuidade e ignorância do meu ser,
Rompeu-se a inocência, no empirismo da existência.
E de certo, meus olhos viram o que os seus odiariam.
Lançaram-me ao vale
Desonrando à minha integridade
Desmerecendo minha capacidade
desmotivam-me para a ruína.
De certo, desfalecerei todos os dias
Como hei de sair desse vale?
Se o que me inspirava,
agora assombra-me.
O que os meus olhos escondem
Revelam-se em lágrimas,
Desesperadas, desrespeitadas
No vale, você não vale nada.
A dor na queda, a dor na procela
Feridas, julgam a descautela
E sob o escuro nada se enxerga,
Não há luz para os que estão nas trevas.
Começar novamente exige
É recomeçar em momentos confusos
Descartar, acreditar, esforçar-se.
Em dias como estes improváveis
Sentimentos instáveis, emoções variáveis
Pensamentos constantes e versáteis.
Manter a calma, tranquilidade na alma
Recomeçar é muito mais que o pensar
É fé, de que se pode avivar-se.
- Comece, recomece, permita-se.