Natália L.C. Bastos.
Incertezas desmedidas se apresentam. Incógnitas, que não sei como decifrá-las.
Ao tocar na tua pele, sinto o teu corpo quente entrar em contato com o ardente sentimento dentro de mim.
Em minhas veias, corre uma paixão cada vez mais pulsante e intensa.
A cada segundo ao teu lado sinto-me mais dependente, e meus lábios implorando para encostar nos teus.
Colando nossos corpos e passando noites de carícias, suspiros e corpos ofegantes, vivemos uma louca ilusão.
Sonhos loucos, em loucos devaneios instantes de delírio, hora de frenesi.
Entoando quimeras de ritmos excitantes, para esconder uma saudade que não quero que saibas.
A ilusão de que um dia posso ser só sua.
A esperança de não ser só a dama da sua noite, e sim a mulher da sua vida.
Preciso gritar para o mundo que preciso te amar, que preciso da tua voz para me acalmar.
Preciso do teu toque aveludado na minha pele, um abraço confortante, na doçura sublime do desejo, beijando teu corpo em beijos desvairados, e sussurros soando no meu ouvido como uma doce e alucinante melodia.
Continuo vagando errante nos meus pensamentos, com a ânsia de querer-te mais e mais, mesmo sabendo que você está distante.
Viver é consumir-se de amor, dialogar, perder-se nos outros. A vida é a interpenetração total das almas e das inteligências.
O que seria de nós sem o sentimento que nos consome. Sim, eles no consome. Apesar das várias maneiras de ser expressado, o amor é o sentimento mais puro e mais intenso existente. Aquele que se contradiz, aquele que não possui fórmula, que não está nos livros, que não foi descoberto pela ciência, e jamais decifrado pelo ser humano.
É o sentimento que desencadeia todos os outros, é aquele que mais se contradiz, pois está bem próximo ao ódio.
É aquele que quando dizemos amar, só vemos a pessoa que domina a nossa mente, e não o coração.
O coração é apenas um órgão, que o ser humano quis botar como fonte do amor. O amor está na mente, nas sensações. Quando somos atraídos por alguém, é enviado a nossa mente sensações, enzimas de adrenalina, e de outras substância que nos fazem bem.
Eis aí, umas das minhas teorias sobre o amor.
Diante de tantas incertezas que rasgam por dentro e ferem por fora, todas as pessoas são sem dúvida a sombra da indecisão, e o gosto de ser gente indecente e tola, sem opção. Nunca leram história, mas são capazes de armazenar histórias de tantos horrores.
A morte.
Como a lágrima que cai do céu, minhas lágrimas passeiam pelo meu rosto denotando um sentimento omisso, que com palavras não sou capaz de descrevê-lo.
Minha alma grita por socorro, mas ninguém é capaz de me ouvir.
Meu corpo estremece no instante de um breve e significativo movimento.
Deitada entre quatro paredes, apenas sinto o chão gelado tocando em minhas costas.
Meu ar tenta me sufocar, meu coração não mais quer bater, minha mente não mais responde.
Sentimentos são esquecidos , momentos apagados, e pessoas jamais lembradas.
A luz se apaga, nada mais vejo, agora apenas durmo num sono profundo.
Se fecho meus olhos, está a lágrima apertada, recolhe-se timidamente temendo arrebentar-se na minha face triste. E sua imagem me entra como se fosse uma lágrima envenenada.Sinto sua presença, me batendo forte como sombra de mim. E eu que sempre gargalhei do amor, me acho agora tão absorta que nem a mim cravou os olhos, hoje me acho morta.
O pianista.
Lembro-me de um pianista que se deixava levar uma música triste, a mais triste do seu repertório.
Era um poeta frágil e inútil com apenas um dom: poesias e tragédias.
Meu sorriso se tornava mais fácil, acoplando uma falsidade e uma ausência de vida sobre a minha face.
Lembro-me que antes de morrer o inútil poeta gravou a imagem em seu rosto, a única alegria que presenciei.
Em seu rosto morria o seu único sorriso e que deveria morrer com ele.
Luzes se apagam, e todo o cenário é desmontado,foi mais o fim de uma tragédia e o pianista permanecia a tocar.
Tocava agora, a única melodia de amor que permitia a movimentação dos seus dedos.