Natali Gomes
Ele é o motivo do meu sorriso, a voz suave antes de dormir, o friozinho na minha barriga, a piada mais engraçada, a preocupação com meu cabelo, o conforto e o colo que eu preciso, é minha inspiração, meu sorriso sem motivo, cada lágrima de saudade, o que baixa e levanta minha autoestima, minha preocupação, meu melhor amigo, quem eu quero ver no altar da igreja, futuro pai dos meus filhos e tudo. Absolutamente tudo que eu sinto, vinte e quatro horas por dia, pelo menos agora.
Às vezes coisas ruins acontecem e nos deixam tristes, normal. É só ter sabedoria para enfrentar cada barreira, cada acaso e saber enxergar as pequenas coisas que merecem todo o nosso respeito, como por exemplo: a família, a saúde, a saudade e as boas lembranças.
Eu, particularmente, tive minhas razões, ao longo da vida, para considerar morto o amor, a paixão e todos os seus derivados. Todos estes que causavam uma euforia inicial, uma dúvida cruel, uma grande e terrível desilusão e em seguida o inevitável sofrimento. Inevitável para mim era algo que sempre acontecia em qualquer história um pouco depois do "felizes para sempre", pois mais felizes que tenham sido, sempre tem um fim. E agora vem a pergunta: "Como pode ter fim aquilo que é para sempre?"
Beijos são obras de arte feitas a dois. Quando duas bocas diferentes, com ritmos e estilos diferentes se encontram pode ser um desastre. Mas quando duas bocas iguais se tocam é magnífico. Não que você fique apaixonado após um beijo perfeito, com uma boca gêmea à sua, mas você começa a sentir que aquela pessoa nasceu pra te beijar.
Isso é o que eu chamo de amor platônico: Duas pessoas se comendo com os olhos, com o pensamento. Fazendo nada valer a pena a partir do momento em que decidem nada fazer sobre.
A gente começa a se preocupar com os nossos sentimentos quando eles refletem em nosso físico. Dores de cabeça por amores não correspondidos, impaciência, consequente falta de ar. A mente pede. O corpo pesa.
Tão humano sentir ciúme... Mais normal ainda é sentir ciúme do que não é seu, e pior, que de acordo com as circunstâncias de tempo e espaço tudo indica que não será, por um longo período gerado por incerteza, que depende de uma palavra, um ato ou um sentimento recíproco, que pode durar alguns segundos ou alguns séculos.
Uma coisa eu tenho o maior orgulho de dizer: Não sinto falta do passado. Fico honrada em ter a certeza de que hoje sou mais feliz do que ontem, e que amanhã serei mais feliz do que hoje.
Eu estava em uma profunda crise existencial. Einstein sabia o quão profundo, encantador e ao mesmo tempo impossível seria escapar do espaço-tempo. Eu era uma menina incomum. Estava bem claro, desde sempre, que eu não seria mais um pontinho no meio do pontilhado humano. Eu tentava, ao menos, ser diferente e não optar pelas mesmas escolhas erradas que outros haviam optado ao longo dos séculos. É magnífico estar viva, estar neste planeta redondo, achatado nos pólos, ter o livre-arbítrio e se incomodar, questionar, sobre o funcionamento das coisas e sobre a barreira moral que as dificultava e as impedia. Fascinante mesmo é ser curiosa em relação às coisas, e não às pessoas. Fascinante mesmo é olhar para cima sem medo de observar os planetas, as constelações, imaginar as galáxias vizinhas, sem o receio de se perguntar se existe vida lá fora. Uma vez eu li, uma frase de algum sábio, que dizia que o primeiro passo em relação às novas descobertas é se livrar, negar a verdade aceita. Se Arthur Eddington não tivesse se questionado sobre a teoria gravitacional, a fantástica e ao mesmo tempo errada “ordem das coisas” de Newton, jamais teria encontrado um jeito de provar a teoria da relatividade e dar sentido ao universo curvo de Einstein.