Natalha Aquino
Que sejamos luz quando tudo for escuridão;
Que sejamos paz quando tudo for caos;
Que sejamos alegria quando tudo for tristeza;
Que saibamos voltar quando nos perdermos de nós mesmos pelo caminho, e principalmente aprendermos com cada passo dado de volta.
Cada pessoa é um universo particular, cada uma com seus defeitos e qualidades, cada uma com sua cruz e sua glória individual.
Ando negociando com a saudade, ignorando a arrogância, sendo hipócrita com o amor, tomando doses de insanidade com a loucura das minhas mais perfeitas faculdades mentais, jogando conversa fora sobre crises existenciais com a felicidade, dando meios sorrisos para a tristeza, pedindo o troco as mentiras medíocres do coração e sendo paciente com a solidão.
Estou naquele bar outra vez, naquele bar que a gente frequentava aos sábados à noite para rirmos até tarde do nosso passado meio torto, e o garçom está me olhando como se tivesse pena da minha alma, e na verdade ele tem, é a segunda vez que toca nossa música favorita, e é quase impossível não te procurar entre um gole e outro de um Chivas Regal 18 anos.
Esses goles de bebida não vão conseguir desmanchar esse nó que está preso na sua garganta, e esse gosto de whisky na sua boca não vai tirar o sabor do meu beijo.
Esse cheiro de perfume barato que fica na sua roupa a cada noite, não vai preencher o vazio que está te consumindo a cada dia.
Tentar impedir um escritor de escrever o que sente, é como condená-lo a morte precocemente, pois a escrita é seu oxigênio.
Literariamente falando, acredito que vou acabar igual aqueles filósofos escritores metidos a cristãos com um "Q" de romantismo barato, jogado em alguns dos bares do exterior tomando algumas doses de tequila e whisky.
- Ei garçom, garçom?!
- Sim, qual o pedido senhor?
- Um café e um amor sem favor, o café eu quero quente e não muito forte, e o amor eu quero gratuito, recíproco e resistente o suficiente para que dure uma vida inteira.
É tanta superficialidade recheada de mentiras e ausência de amor próprio que se faz mais presente cada dia na vida de tantas pessoas, olha essa é uma das coisas mais bizarras que já vi durante esses dois mil anos da existência humana.
Escrever poesia em algumas ocasiões, é como tomar uma garrafa de vinho barato num quarto úmido onde a saudade é nossa única companhia.
E logo eu que não conhecia a dor da despedida, fui apresentada às pressas a distância num curto momento que caía uma lágrima dos olhos da saudade.