Natã Canevazzi

Encontrados 3 pensamentos de Natã Canevazzi


Ponho-me a espreitar meus sonhos
Disfarçados de luas e de noites
Perambulantes, onde as estrelas
Todas soam incessantes quando
Debaixo delas, sobre teu olhar
Me deito.

Como numa nascente dedilhar
O tronco,
Nas raízes das arvores de debulhar
Calcinas,
E no seu corpo terra caminhar
Lembrando
Que quanto mais me deito
Mais deleitoso anseio
De lançar-me ainda.

Ah morte! Ah vida!
Que como companheiras na alvorada
Caminham,
Não me escolham, vos imploro com pranto,
Quero do meu amor ainda ouvir o
Canto, pelos vastos anos em que meus
Pulmões a mim permita.

Inserida por natacanevazzi

⁠Sobre um corpo de pranto
Repousa aminha alma liquefeita
Perdoe-me, já que incertezas
E hastes de pêndulos enfeitam-me
As rachaduras,

Nos galhos secos, sobre o beiço
Da sombra de uma arvore de memorias
Observo o mundo a minha volta,

Como uma lagarta desconjuntada
Que na brevidade ensaia seu
Salto para a liberdade, minhas asas
Ainda em casulo, na ardente chama de
Fuga me guardo.

Inserida por natacanevazzi

⁠Assossego dos passos sonolentos
Assanhados para saltar nos ares,
Mares cobertos de algas, as ondas
E os andares.

Várias vezes vozes se assemelham
Na insinuante tempestade de altares,
Formigas que às pressas se atropelam,
São o sol que se recua dos pomares.

Inserida por natacanevazzi