Nara Juscely Minervino de Carvalho Marcelino, em 31 de agosto de 2013.
Se livre em meus braços não podes ser,
Como aprisionado posso eu te querer ter?
Te quero com asas abertas para voar,
Não engaiolado nas amarras do meu desejar.
Se eu te quero e ao teu amor almejo,
Que te faça quereres por mim sentir o mesmo desejo.
Não posso e também não quero
Ter teu afago no momento e no modo em que eu espero.
O que me deixa feliz é somente receber de ti
O desejo teu de, por tua vontade, quereres vir a mim.
Não te sintas por ora ou razão obrigado
A me justificar motivos dos mais banalizados.
Quem sou eu para exigir esforço tamanho,
Se no amor não pode haver nenhum vínculo estranho?!
Tua companhia, tua amizade e teu carinho
São para mim a paz que refaz o meu caminho.
Serei sempre eu esta pessoa que está aqui:
Um alguém que respeitará tua vontade de ir e vir.
Estarei sempre a mesma, sem hora para ser outra,
E jamais exigirei a vontade tua de me beijares a boca.
Quando beijar-me que tu faças por tua vontade,
E que não realizes meu desejo para agradar a minha vaidade.
És livre como um pássaro porque és homem somente.
Sou jardim e não gaiola, para não te aprisionar o que sentes.
Voa passarinho! Voa para onde quiseres!
Para o meu jardim ou para outro lugar que esperes.
Eu serei Rosa, Margarida, Tulipa ou Jasmim.
Quero ser para sempre um perfumado jardim.
Se achas que nesse perfume não te sentes amarrado,
Voltarás ao meu jardim por teu bater de asas não aprisionado.
Se tu achas que esse jardim te sufoca mais que gaiola,
Não é para mim que deves voltar, pois te libertarei bem na hora.
Eu te amo de verdade e te quero amando a mim também,
Mas se te sinto compelido, vejo que esse amor não vem te fazendo o bem.
Eu te amo e te quero, mas que estejas livre simplesmente,
Porque até para seres preso tem que ter liberdade de querer sentir o que sentes.
Eu amo o amor em liberdade.
Amo também a prisão que ela causa por vontade.