Nanda Gois
QUANDO SONHAMOS
Quando o sonho vem,
muito cedo nos encontrar,
e ainda não estamos
prontos para sonhar.
mergulhamos no mar
sem saber se ele esta calmo,
ou bravio, se suas águas
estão frias ou quentes borbulhantes,
sonhamos como quem anda
sobre nuvens, como se
não nos fizesse despencar
num precipício sem fim.
sonhamos como sonha uma criança.
sonhamos prateado cada
vez que pensamos em alguém,
deixamos o pensamento
voar alto e nos entregamos ao
doce delírio do amor.
somos, tudo em nossos sonhos,
rainha sem castelo,
freira sem monastério.
criança em casa de boneca,
moça de véu na igreja,
mulher realizada que ainda
enseja, por um sonho novo.
A SOLIDÃO DA LUA
Hoje a lua saiu, de trás de um penasco.
Tímida, correu os olhos
e não te viu, rápido ela se
escondeu em uma nuvem.
Ela logo percebeu que
o nosso amou morreu.
Por trás da nuvem ela chorou
comigo, seu pranto me serviu
de companhia, caia uma lagrima fria,
por sobre o asfalto, a lua de vez
em quando olhava desconfiada
e me via ali no terraço.
Presa as correntes da
saudade que você deixou.
A noite foi passando e a lua
sumindo por entre as arvores.
Não sei se ela continuou a chorar ou foram
as minhas lagrimas que lavavam a rua.
Me pus a olhar pra ela indo embora,
não levou com ela a minha solidão.
Essa companheira foi a única coisa
que você deixou.
Olho pra lua indo embora lentamente,
tão só quanto eu , a diferença é que
amanha a lua não lembrara mas de você.
Enquanto eu ficarei a chorar,
até o dia em que você pra mim voltar.