Nana Pauvolih
Comecei a questionar por que eu não podia fazer certas coisas, mas, tendo sido tolhida pelos meus pais, aprendi a me calar e aceitar. Só não aprendi a silenciar minhas dúvidas e os desejos.
As pessoas brigam entre si, matam-se, cada qual defendendo sua religião, quando ela deveria ser o meio da união.
Enrico era a minha salvação e meu tormento, minha contradição e meu alento. Minha fé e minha perdição. Minha loucura e minha Razão. E eu não podia conter nada nada daquilo.
Emoções me invadiram. Nunca ninguém tinha me olhado daquele jeito, dito aquelas palavras com tanta certeza, sem ver meus defeitos, só minhas qualidades.
Era como se uma energia forte e pulsante nos conectasse, nos atraísse, muito além do que podíamos entender, muito além do corpo. E não era só de mim, ela dela também, tão intensa e golpeante que qualquer pensamento racional deixava de existir.
Impossível olhar e não se encantar na hora, como se possuísse algo que hipnotizava. Pois era assim que eu me sentia. Completamente presa no seu magnetismo.