Myllon Ramirio
Se as vezes escrevo errado ou esqueço de escrever algo, entenda isso como um sinal de que penso antes de falar.
Havia alguém que me amava enquanto eu passava por um momento de auto conflito.
Eu não sabia, mas sentia.
Alguém que me deu atenção e amou enquanto eu mais precisava.
Mas lhe fui injusto e esqueci-me de retribuir o bem me fez. Ausentei-me de sua vida quando ela mais precisou de mim.
Hoje eu me arrependo de ter agido como não deveria.
E agora sou eu quem tanto ama e preciso desse alguém que me amou enquanto eu mais precisava.
Na luta entra a vida e a morte, quem sempre ganha é a memória. Mas, uma hora ou outra, ela sucumbe ao esquecimento.
Não irei lhe dizer o que sinto para lhe impressionar ou para que mude de ideia sobre mim, essas são apenas consequências em potencial, mas sim para que saibas o que sinto.
E não cobrirei meus gestos com ironias ou desculpas, como se eu fosse um covarde, mas confesso que seria mais fácil assim.
Lhe direi tudo da maneira que me convém, nesse momento, assim o farei.
Então por que direi?
Simples!
Porque eu estou ansioso demais para dizer que estou apaixonado por você.
Os resquícios das minhas derradeiras aparições suficiente são para tirar uma conclusão sobre o segredo do meu coração. Eu não entregaria as chaves tão fácil assim, mas deixei migalhas no caminho que levam ao tesouro. É rico o que repousa lá dentro, mas minha riqueza está fora e bem perto de mim, há um passo de distância, e eu a vejo todos os dias. Minha riqueza é um sotaque, um sorriso, um olhar, um bem por quem eu daria a vida, é um fato, uma pessoa.
Tão fácil é saber a verdade, que quase nem preciso usar palavras para dizer o que deve ser dito: é ela, e ela está bem ali... a um passo de distância. .
Minhas tentativas de abrir meu coração foram todas em vão. É a insegurança, o medo, a angústia, a falta de experiência e até um toque de timidez no meio tudo isso que me fazem falhar. Estou certo disso. Na verdade não sei nem por onde começar. Sou a exceção do que dizem sobre quem ama, "quem ama não tem medo de dizer o que sente".
Nesses dias, quando lhe vejo, meu peito se enche, meu estômago congela e minha boca seca. E, quando você se aproxima, as palavras vêm na ponta língua, mas a boca ou se fecha, ou se limita a exclamar um simples "oi! ", seguido quase sempre pela costumeira interrogação "como você está?" A resposta quase sempre me agrada. Saber que estás como mais desejo, bem, me alegra.
E enquanto isso, fico aí ou ali, lhe observando, discretamente, e desviando o olhar quando vira-se em minha direção. É até dificil disfarçar.
Ah, que vontade de descobrir os teus sabores, os teus segredos, de ouvir suas histórias e de fazer parte de uma na qual nós dois sejamos protagonistas.
Que vontade de cair em seus braços ou vê-la cair sobre os meus, e repouse até que durma.
Que vontade de segurar sua mão quando caminhamos juntos, às vezes longe, às vezes perto, em grupo, sozinhos, de qualquer forma, juntos.
Que vontade de dissecar meu peito para expor minhas entranhas, sedentas de sua presença.
Ah, que vontade de dizer o que sinto...sem temer as consequências.